Armado, policial civil dá voz de prisão ao vigilante após ser impedido de entrar na agência pelo detector de metal. Gerente também foi autuado
Um vigilante e o gerente do Banco Santander do Calçadão foram parar ontem à tarde na 10ª Subdivisão Policial (SDP) após o policial civil aposentado Roberto Almeida ser barrado na porta da agência, quando chamou apoio e prendeu ambos. De acordo com Geraldo Fausto dos Santos, diretor do Sindicato dos Bancários, o policial tentou entrar no banco quando a porta travou em razão da detecção da arma.
“O cliente se anunciou como policial civil, então o vigilante pediu a credencial, que estava rasurada. Tudo o que ele fez foi ir verificar o documento com o gerente. Ele [policial] seria liberado para entrar, mas o policial teve uma reação desproporcional. Inclusive colocou em risco os clientes da agência”, afirmou Santos.
Segundo o diretor sindical, o policial se sentiu ofendido, deu voz de prisão ao vigilante, tomou-lhe a arma, algemou-o e chamou mais três policiais em reforço. “Ele [vigilante] foi agredido em uma ação de total despreparo. É um trabalhador”. Na delegacia, o vigilante foi autuado por desobediência e o gerente por resistência. “Somos solidários ao vigilante e ao gerente. As gravações internas do sistema de câmeras devem mostrar inclusive o policial rendendo o vigilante com uma arma na cabeça e colocando todos os clientes em risco. Causou pânico total”, disse o diretor do sindicato.
O delegado-chefe da Polícia Civil, Sérgio Barroso, defendeu a conduta do policial. “O vigilante sabia que ele era policial, pois se conheciam anteriormente. O policial era cliente da agência e não poderia deixar a arma do lado de fora do banco, nem ter o acesso impedido”. Na avaliação do delegado-chefe, “criaram embaraço para que o policial não entrasse armado” e por essa razão foi dada a voz de prisão. “O gerente tentou impedir a saída do policial travando a porta do banco e por isso também foi autuado”. Barroso argumentou que o policial Almeida tem boa atuação profissional – inclusive o orientou a processar o banco diante do constrangimento a que teria sido submetido. “Para mim, é um excelente policial e agiu no estrito cumprimento da lei.” A reportagem não conseguiu contato ontem com o policial, o gerente da agência e o vigilante.
Gazeta po Povo.
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