quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Teste de DNA inocenta reús após passarem 30 anos presos nos EUA

LUMBERTON - Trinta anos depois de terem sido condenados e presos pelo estupro e assassinato de uma menina de 11 anos em uma área rural da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, os meio-irmãos Henry McCollum, de 50 anos, e Leon Brown, de 46 anos, ambos afro-americanos, foram libertados na terça-feira graças a um teste de DNA que demonstrou a sua inocência.
- Esperamos isso durante muitos anos - disse o pai de McCollum. - Mantivemos a fé.
O teste conseguiu dar uma reviravolta no caso e culpar outra pessoa, Roscoe Artis, de 74 anos, que morava perto do campo de soja onde o corpo de Sabrina Buie foi encontrado. Artis está no corredor da morte por crimes de estupro e assassinato cometidos no mesmo período.
O juiz da Corte Superior Douglas Sasser disse estava anulando as condenações e ordenando a libertação dos reús "com base em novas provas significativas de que eles são, de fato, inocentes."
McCollum tinha 19 anos e Brown, 15, quando foram presos pela polícia em Red Springs, uma cidade de cerca de 4 mil habitantes no sul do estado, na noite de 28 de setembro de 1983. Os advogados de defesa alegaram que os adolescentes, assustados, haviam sido coagidos para confessar.
Depois de cinco horas de interrogatório - sem um advogado presente e submetidos a muita pressão, segundo relatos dos réus em várias ocasiões -, McCollum acabou assumindo a culpa de um crime que na realidade não teria sido cometido por ele.
- Acabei inventando uma história para me deixarem voltar para casa - confessou o ex-réu em entrevista ao "The News & Observer".
O DNA das pontas de cigarro encontradas perto do corpo de Sabrina Buie não correspondem aos de Brown ou McCollum, e impressões digitais tiradas de uma lata de cerveja no local não são deles também, segundo os advogados. Nenhuma evidência física os conecta com o crime.
A sala onde foi realizada a audiência explodiu em aplausos quando o juiz anunciou a libertação dos irmãos Henry Lee McCollum, que passou três décadas no corredor da morte, e Leon Brown, que estava cumprindo uma sentença de prisão perpétua. Após a leitura da sentença, os dois voltaram para a prisão para completar a documentação necessária para a sua libertação, segundo o "The New York Times", está marcada para esta quarta-feira.
Fonte: Agência O Globo. 

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