segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Pesquisa aponta que 82% dos alunos convivem com bullying em escolas públicas da Grande Florianópolis

Iniciativa da OAB traçou perfil de oito instituições da região metropolitana


Uma pesquisa realizada pela Comissão OAB Vai à Escola apontou um dado preocupantes na Grande Florianópolis: 82% dos alunos de escolas públicas convive com bullying e que já foi ou ainda é vítima da agressão.


As entrevistas foram feitas com 680 estudantes de oito instituições dos quatro maiores municípios da Região Metropolitana, por meio de um questionário aplicado durante palestras que a comissão fazia nas instituições ao longo do primeiro semestre. Além dos alunos, outros 97 professores de seis escolas também foram ouvidos.



Além do bullying, a pesquisa também apontou outra problemática: 89% dos professores afirmam que poucos pais são presentes na escola e 51% avisam que o poder público não costuma atender aos pedidos da escola - o que os leva a solicitar providências do Conselho Tutelar (68%), Polícia Militar (55%), Ministério Público (34%), Guarda Municipal (21%) e Vara da Infância e Juventude (13%). 



Com os resultados em mãos, a OAB resolveu criar o Prêmio Escola Exemplo 2014, que incentva a realização de projetos para melhorar as condições de ensino na rede pública municipal e estadual. A iniciativa pretende reconhecer as ações que deram certo dentro do âmbito escolar. 



— Conseguimos identificar muitas problemáticas durante as atividades com as escolas. Mas ainda há muito a ser investigado — explica a presidente da comissão, Ana Paula Travisani.



A discussão de cidadania com os alunos também mereceu atenção dos professores, assim como a necessidade de capacitar de forma contínua os educadores sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, Constituição Federal ou Lei de Diretrizes e Bases.



:: A pesquisa:



Dos 82% dos alunos convivem com bullying:
- em 52% dos casos a atitude é tomada pelos colegas
- 24% na comunidade
- 21% na família 
- 11% pelos professores



Os principais motivadores da agressão foram:
- 41% físicos 
- 30% sexuais 
- 13% culturais
- 11% religiosos
- 8% familiares e intelectuais 
- 5% econômicos e étnicos



Quanto ao trabalho preventivo no ambiente escolar:
-  74% dos alunos afirmaram já ter realizado atividades sobre como lidar com as situações de bullying
- 62% diz que a escola promove o respeito à diversidade sexual
- 60% afirma que há ações que promovem o respeito mútuo e solidariedade entre colegas e professores
- 44% inclusão escolar 
- 41% mediação de conflitos



Sobre os professores:
- 89% afirmam que poucos pais são presentes na escola
- 79% diz que os alunos são pouco participativos 
- 51% avisa que o poder público não costuma atender aos pedidos da escola

As principais vulnerabilidades detectadas são:
- 62% a situação familiar de violência doméstica e o uso de drogas pelos pais 
- 45% são problemas de alunos


Sobre as providências que tomam, os professores consultados informaram que procuram:
- 68% o Conselho Tutelar
- 55% a Polícia Militar 
- 34% o Ministério Público
- 21% a Guarda Municipal 
- 13% Vara da Infância e Juventude

As principais necessidades da escola para que possa atender melhor os estudantes: 
- 85% apontam a falta de valorização, reconhecimento e de incentivo aos educadores
- 79% indicam a falta de uma política pública em prol do aluno
- 70% falam sobre a necessidade de aumentar o quadro de funcionários e o número de salas de aula
- 62% querem a reforma da estrutura física
DIÁRIO CATARINENSE . OAB Vai à Escola16/12/2013

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