sábado, 14 de setembro de 2013

Com tornozeleira eletrônica, apenados não cometeram crimes

Dos 55 detentos de Novo Hamburgo monitorados desde 31 de julho, dois fugiram e se entregaram


Novo Hamburgo  - Mais de 40 dias depois, os primeiros 55 apenados do presídio de Novo Hamburgo que foram para casa com tornozeleira eletrônica ainda não cometeram crimes. Segundo a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), que começou a monitorar os detentos em 31 de julho, dois fugiram no final de agosto, mas se reapresentaram na semana seguinte e ficaram recolhidos. 
“Eles resolveram dar uma volta à noite, em bairros diferentes de Novo Hamburgo, sob alegação de que não aguentaram ficar presos na zona entre casa e trabalho. Se tivessem praticado algum delito, teríamos detectado”, comenta o coordenador do Programa de Monitoramento Eletrônico, corregedor Cezar Eduardo Moreira.
Ele frisa que, hoje, a Susepe termina a instalação dos equipamentos iniciada semana passada em mais 30 condenados – são de três a cinco por dia. “Assim completamos o programa para os 85 apenados de Novo Hamburgo até agora beneficiados.” São todos do regime aberto.
“O Judiciário vem concedendo o monitoramento eletrônico ao apenado quando ele progride para o aberto”, observa o coordenador. A tendência é ficarem no presídio de Novo Hamburgo somente os condenados do semiaberto, que ontem eram 145.
"Fantásticos"
Moreira avalia como “fantásticos” os resultados. “Eu esperava que ia dar 10% de ocorrências, como em Porto Alegre, onde o monitoramento começou em março. Mas não somos hipócritas, pois é possível que venhamos a flagrar apenados de Novo Hamburgo no crime.”
Ele salienta que, se o detento pular o muro do presídio e assaltar na rua, pode voltar à cadeia sem deixar vestígios e com o álibi do cárcere. “No modelo atual, com o pernoite no presídio, não há como fiscalizar seis mil presos do aberto e semiaberto no local de trabalho.
Eles se valem disso para cometer crimes. Com a tornozeleira eletrônica, cada um recebe um mapeamento sobre onde pode ir, que geralmente é da casa ao trabalho. Se sair dessa zona, passará à condição de foragido. Se praticar crime, será flagrado.”

DC. 13/09/2013

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