segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Campanha combate o tráfico de pessoas


Esta semana, foi lançada em Brasília, no dia 14, uma campanha contra o tráfico de pessoas. São materiais publicitários em forma de cartilha que ajudam a reconhecer um possível aliciador e como proceder. Para quem quiser fazer a denúncia, o número 194 pode ser usado no Brasil e, no exterior, o 180, onde um atendente brasileiro irá repassar a denúncia às autoridades competentes.
Na última quarta-feira (13), após denúncia de uma menina de 16 anos que conseguiu fugir de uma casa de prostituição localizada em uma área próximo a um canteiro de obras da usina de Belo Monte, a polícia conseguiu libertar 17 mulheres e um travesti em regime de escravidão e cárcere privado.
A operação só foi possível através da denúncia da menina. Ela procurou o Conselho Tutelar, que em seguida acionou a polícia. De acordo com o delegado da Polícia Civil, Rodrigo Spessato, as mulheres eram confinadas em pequenos quartos sem janela e ventilação, apenas com uma cama de casal e com cadeados do lado de fora. Os lugares de origens das jovens eram o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
No Brasil, há 240 rotas de tráfico de mulheres, travestis, transexuais e até homens que são levados para a exploração sexual. As áreas mais afetadas são aquelas que ficam em Estados limites com outros países. Em 2005, o termo tráfico de mulheres foi substituído por tráfico de pessoas, analisando o aumento de outros gêneros que eram traficados.
Desde 2012 e início de 2013, 12 rotas estão sendo investigadas pela Polícia Federal. Pará e Amapá são os Estados onde há o maior número de pessoas traficadas para seguirem para as Guianas e Suriname, em áreas de garimpo. No Pará, há, segundo o delegado da PF, Ualace Machado, duas rotas de tráfico de pessoas. Uma é na região do Marajó, que leva pessoas para as Guianas e Suriname, e a outra, que leva pessoas da Região Metropolitana de Belém e do sul do Pará para a Europa.
De acordo com o delegado, os aliciadores são pessoas com boa aparência, que apresentam ter boas condições de vida e que de forma sutil se tornam íntimas das famílias das vítimas. "O tráfico de pessoas é uma rede como qualquer outra organização criminosa. O chefão nunca põe a mão na massa, sempre há quem faça o trabalho por ele, há os níveis de hierarquia", afirma o delegado.
Já os aliciados são geralmente pessoas de baixa renda, baixa escolaridade, desempregadas, pessoas da periferia que se iludem com a conversa dos aliciadores e imaginam mudar de vida longe de casa. A idade das vítimas varia de 18 a 25 anos.
O delegado destaca ainda que há dois tipos de vítimas do tráfico humano. O primeiro deles é a pessoa que desconhece a real motivação dos aliciadores que se aproximaram dela. São pessoas que criam a expectativa de trabalhar no exterior, como em restaurante ou como modelo, por exemplo, com um ganho salarial alto e que, para isso, deixam família e seguem para um futuro, a seu ver, melhor.
O outro tipo de vítima é aquele que tem ciência de que está indo se prostituir, mas não imagina as condições em que será exposta.
As prisões nesse tipo de caso costumam ocorrer mais no exterior, para onde as pessoas são levadas, por isso não há pela Polícia Federal no Pará estimativas de quantas pessoas foram presas cometendo esse tipo de crime. A pena para quem for preso cometendo o tráfico de pessoas no Brasil é de 2 a 6 anos de prisão e, para quem for descoberto no exterior, a pena varia de 3 a 8 anos.
(Diário do Pará)

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