terça-feira, 11 de dezembro de 2012

No AM, senadores da CPI do Tráfico de Pessoas escutam relato de vítimas


Região Norte apresenta 76 das 241 rotas de fuga do tráfico, aponta ONU.

Para senadora da Bahia, tráfico de pessoas é tratado como desaparecimento.


Senadores da CPI do Tráfico de Pessoas estiveram nesta segunda-feira (10) em Manaus para ouvir relatos de vítimas e discutir soluções para este problema que assusta a população brasileira.
Segundo a senadora da Bahia, Lídice da Mata, o tráfico de pessoas é tratado como desaparecimento, e para ela a lei precisa ser mudada. "Nós queremos tipificar de maneira clara o crime de tráfico de pessoas. Este possui uma diferença, porque quando você imagina o crime, você pensa nele como alguém obrigando o outro a fazer algo. Não é necessário que seja obrigado, as pessoas viajam livremente e são seduzidas a viajar. Depois passa a ser exercido o controle da vida daquelas pessoas por uma atitude de coerção e de exploração, e essa caracterização tem que ser punida pelo Código Penal Brasileiro", afirmou.
De acordo com dados divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU), por ser de fronteira a Região Norte registrou 76 das 241 rotas de fuga do tráfico de pessoas no Brasil. "A Região Norte possui uma vasta fronteira com países vizinhos. Então as rotas vão desde o Estado do Amazonas, passam pelo Pará, até o Amapá, por conta da Guiana. Trata-se de uma situação preocupante", disse a senadora Vanessa Grazziotin, presidente da CPI.
Segundo o vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, senador Paulo Davim, as regiões Norte e Nordeste estão na mira dos traficantes devido à vulnerabilidade social em que as vítimas vivem. Ele afirmou ainda que as políticas públicas precisam ser repensadas para que se consiga acabar de vez com este crime. "Evidentemente que com as políticas públicas diminuindo as vulnerabilidades sociais nas regiões mais pobres do Brasil isso pode diminuir, mas não é tudo. Nós temos provas da própria CPI, ouvimos os depoimentos de jovens de classe média, que fazem faculdade, e também foram vítimas do tráfico de pessoas", completou.
G1.

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