sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Delegacia de Umuarama abriga cinco vezes mais presos que a capacidade

Uma vistoria realizada pelo Judiciário, nesta quarta-feira (14), constatou que a delegacia de Umuarama, no noroeste do Paraná, está superlotada. No local, há cinco vezes mais presos do que a capacidade. Isso significa que são abrigados 328 detentos no espaço para 64.
Sem lugar dentro das celas para todos, alguns ficam espalhados pelos corredores. Eles alegam que muitos já deveriam estar em penitenciárias ou cumprindo pena em regime semiaberto. “A situação está precária. Aqui é um espaço para quatro pessoas, nós estamos em 11”, disse, em entrevista aRPC TV Paranavaí, um dos presos.
Para tentar resolver o problema, advogados, delegados, o juiz da Vara de Execuções Penais da cidade e representantes dos presos se reuniram por mais de duas horas. Mas não foi apontada uma solução imediata. De acordo com o grupo, é preciso a criação de novas penitenciária. “Isso não depende do judiciário, é de responsabilidade do Poder Executivo”, afirmou o coordenador de assistência jurídica da Universidade Paranaense, Luiz Irajá Nogueira.
Segundo Nogueira, o prédio para a nova penitenciária na região está pronto e a inauguração deveria ter sido em novembro, mas foi transferida para março de 2012.
O Plano Diretor de Sistema Penal do Estado do Paraná, divulgado pela Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju), neste ano, reconhece a precariedade do sistema prisional e penitenciário do estado. Dados da secretaria mostram que em dezembro de 2010, dos 26.509 presos, 12.265 (condenados ou presos provisoriamente) estavam alocados em delegacias ou cadeias públicas. Segundo o governo, até 2014 devem ser criadas 16.608 novas vagas em unidades prisionais.
“Assim, no quadriênio 2011–2014, o Governo estadual, por meio da SEJU/DEPEN, aponta como prioridade transferir esse contingente das cadeias públicas para as unidades penais, acabando, definitivamente, com a prática de se encarcerar provisoriamente em ambientes inadequados e, pior do que isso, invertendo o papel dos policiais civis, que, por força dessa situação, atuam mais como carcereiros do que na investigação de crimes”, diz trecho do Plano Diretor de Sistema Penal do Estado do Paraná.

Fonte: G1 PR

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