domingo, 9 de agosto de 2009

Artigo: Eu pago imposto!

Nesse país com tantos “Brasis” há uma diversidade cultural digna da sua proporção continental. Essa diversidade é muito linda, é maravilhosa, é diferente, é exótica, é excitante, enfim, é foda!

Porque falamos a mesma língua, mas não entendemos o recado. E o recado é muito simples, eu pago impostos. Eu sou uma cidadã ordinariamente comum, com sonhos e perspectivas irritantemente simples, que leva sua vida levemente pacata em uma grande cidade. E eu pago.

Em outras palavras, eu pago 15% de IRPF, 11% de INSS, IPVA, IPTU, 18% de ICMS, IPI, ISS, PIS, COFINS .... ou seja, eu pago igual todo mundo. Ou melhor, eu pago como muitos, mas não como todos, afinal, sempre tem os que não pagam, e sentem-se muito vantajosos. Mais uma característica do nosso “brasis”, com aquelas pessoas que querem levar vantagem em tudo.

O que me deixa realmente intrigada é: Eu declaro imposto de renda separado de minha companheira e vice-versa, ela paga separado de mim. Ou seja, o governo mama nas nossas tetas duas vezes e para isso eles são muito gratos. Mas na hora do retorno, das leis que tramitam a meu favor serem aprovadas, não somos cidadãs comuns. Somos a escória, o desrespeito, a vergonha e a pedra no sapato dos dogmas religiosos e pessoais de nossos governantes.

Então, deixa eu ver se entendi. Como contribuinte eu sirvo, mas como cidadã não. Como pagadoras de impostos individuais valemos mais do que casadas. O que me leva a pensar que é muito mais vantajoso para o estado que continuemos dessa forma. Afinal, somente pelo “trabalho” que os homossexuais dão, o fato de eles não poderem regularizar o casamento já compensa a dor de cabeça.( eu adoro essas teorias conspirativas).

O quê eu simplesmente não entendo é o porquê de tanta polêmica por uma coisa tão simples. O reconhecimento de uma união civil entre duas pessoas do mesmo sexo que pagam seus impostos regularmente e estão juntas por livre vontade.

Um criminoso pode, um estelionatário pode, uma mãe que não trabalha e tem 10 filhos para receber o bolsa família, pode? Essa moeda de troca não está em desequilíbrio? Não estou dizendo que não existam homossexuais de mau caráter. Estou dizendo que, as leis foram feitas para o bem. Se o indivíduo é mal, é problema dele, então, a lei contempla a todos, mas me ignora.

Mas eu tenho esperança e adoro estatísticas. Acho que são nortes para nos guiar. Números que mensuram a vergonha e a esperança de um mundo melhor. Falando nisso...pra quem ainda acha que não deveria existir dia da mulher, seguem aí algumas estatísticas, sobre a mulher. E não precisa ser lésbica para ser feminista, basta se amar.

Porque eu não sou filha, neta, esposa, lésbica, sobrinha, amiga, amante. Eu SIMPLESMENTE, sou MULHER!

DADOS SOBRE A MULHER:

A última pesquisa do IBGE mostra o rosto das diferenças por gênero.

Para cada R$ 100 de salário de um homem de baixa renda, uma mulher vai receber R$ 76. Para cada R$ 100 recebidos pelo funcionário do sexo masculino, uma mulher receberá R$ 66,10. Neste país de imensa pobreza, considera-se o topo da carreira uma renda mensal de R$ 3.730 para os homens e de R$ 2.466,50 para as mulheres.

Na pesquisa por faixa de escolaridade as mulheres com até quatro anos de estudo recebem 80,6% do salário dos homens com a mesma escolarização. Com 12 anos ou mais de estudo as mulheres recebem apenas 61,6% do que os homens.

As mulheres têm mais tempo de estudo: elas estudam, em média, 8,6 anos, quando a média nacional entre a população ocupada é de 7,6 anos.

Os Estados da Região Sul estão na lista daqueles com maior número de mulheres em cargos de direção. Essa proporção cai assustadoramente conforme se avança pelos Estados mais pobres da Federação onde as mulheres recebem menos em relação aos homens: na média, 59,4% do salário masculino.

Dados sobre a ocupação das mulheres com nível superior
Os homens com estudo universitário se distribuem de forma equilibrada pelos setores da economia. As mulheres se concentram nas áreas de educação, saúde e serviços sociais.

Segundo o IBGE, grande parte da responsabilidade pelas diferenças de rendimento entre homens e mulheres se reproduz no mercado de trabalho onde as divisões dos papéis ainda desempenhados pela mulher dentro da família, cabem a mãe os cuidados com filhos, idosos e doentes.

Pesquisa revela que as mulheres inseridas no mercado de trabalho dedicam 22,1 horas por semana às tarefas da casa, enquanto os homens gastam apenas 9,9 horas com essas atividades. A dupla jornada ainda é a realidade da mulher brasileira, mesmo com a melhora de escolaridade e maior inserção no mercado.

Dados sobre a violência contra a mulher:
Nas capitais brasileiras, 44% dos homicídios de mulheres são cometidos com arma de fogo. Dois terços dos casos de violência contra a mulher têm como autor o próprio marido ou companheiro. De acordo com dados do FBI, relativos a 1998, para cada vez que uma mulher usou uma arma em legítima defesa, 101 vezes esta arma foi usada contra ela.

O Brasil libera o ranking mundial de violência contra a mulher. De acordo com uma pesquisa feita pela Sociedade de Vitimologia Internacional, chega a 25% o número de mulheres no país que sofrem violência e 70% das mulheres assassinadas foram vítimas dos próprios maridos.

No Brasil 50% da mão de obra economicamente ativa estão representadas pelas mulheres. As mulheres ocupam menos de 10% dos cargos políticos existente.
No mundo, a cada cinco dias de falta da mulher ao trabalho, um é decorrente de violência sofrida no lar.

Número de Separações Judiciais e de divórcios
O número de separações judiciais e divórcios vem aumentando gradativamente. De 1993 a 2003, o volume de separações subiu de 87.885 para 103.529 (17,8%), e divórcios de 94 896 para 138 676 (44%).


Fonte: Blog da Anis.

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