quinta-feira, 28 de maio de 2009

Traição pode custar caro

Já há casos no Brasil em que a justiça determinou compensação financeira por infidelidade

No ano passado, a vida de Ediel deu uma reviravolta, ele descobriu que estava sendo traído pela mulher.

“Todo mundo falava que ela tava ficando com meu tio, pensei que era mentira, mas aí eu fui atrás e peguei. Falei para ele ficar com ela que eu to indo embora”, conta Ediel Dias Ribeiro, carpinteiro.

O que se fala por aí, quando o assunto é traição: “Não pode entrar no mato que ele se engancha o chifre”, brinca um senhor.

“Se a gente for largar homem porque ele traiu não vai ter nenhum. Porque nenhum deles é santo. Todos traem”, afirma uma mulher.


Mas para a justiça, traição não é brincadeira. Nos tribunais são cada vez mais frequentes sentenças de indenização por danos morais em caso de quebra de fidelidade num casamento. Se a traição é inesquecível para quem foi traído, ela também pode ser inesquecível para quem traiu.

O cliente de um advogado recebeu o aviso por telefone: um homem havia entrado na casa dele. Pensando que se tratasse de um assalto, o marido chamou a polícia. Um amigo... Todos acabaram testemunhando a cena constrangedora.

“Imagine você chegar em casa encontrar a sua esposa certo, na cama do casal, no leito conjugal, certo, desnuda, mantendo relações sexuais com outra pessoa”, diz Maurício Lindoso, advogado.

Depois do flagrante, o marido-traído entrou na justiça e conseguiu sete mil reais de indenização.

Reparação financeira compensa a dor da infidelidade? Nem sempre, diz a socióloga. O mais comum é usá-la como vingança.

“Todo dano emocional, afetivo, psicológico que vai sofrer a pessoa traída ele não será resolvido necessariamente com a compensação material, mas há um, pode haver uma satisfação, um bem estar passageiro até, momentâneo de que aquela traição foi compensada materialmente”, comenta Lourdes Bandeira, socióloga.

Em casos assim, a justiça busca o meio termo. “A indenização, o juiz deve fixá-la a ponto de trazer um conforto financeiro para a parte que foi violada, sem causar uma ruína financeira da parte que causou a desonra”, esclarece Rômulo Sulv, advogado.

Hoje separado, Ediel nunca pensou em indenização. Nem por vingança. Acha que já conseguiu dar a volta por cima de outro jeito.

“No meu caso é o desprezo”.

“Mas hoje você não ta casado de novo, não?”.


“Não, graças a Deus, não!”



Fonte: Gioconda Brasil - Jornal Hoje

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