domingo, 22 de fevereiro de 2009

Mais da metade dos adolescentes não reconhece limites

Pesquisa da PUC aponta que só 3% dos adolescentes paulistanos têm comportamento considerado ?ideal?

Mais da metade dos jovens paulistanos (cerca de 56%) não reconhece os limites impostos pela família e pela escola. Embora percebam apoio familiar, esses adolescentes sentem que há falha de comunicação em casa e pouco envolvimento dos pais na vida escolar. Reclamam da falta de oportunidade para o desenvolvimento de liderança, dizem que são engajados na escola, mas admitem que dedicam pouco tempo para as tarefas de casa e atividades criativas.

Esses são alguns dos resultados de uma pesquisa realizada pelo Núcleo de Família e Comunidade da PUC-São Paulo. Com entrevistas de 3 mil jovens entre 11 e 19 anos, o levantamento tem o objetivo de mapear o comportamento dos adolescentes e desenvolver, por exemplo, estratégias de promoção de saúde. A proposta é que o instrumento possa ser útil tanto a comunidades pequenas (escolas e ONGs) como no planejamento de políticas públicas.

INFLUÊNCIAS

Os pesquisadores adaptaram um questionário criado nos Estados Unidos que lista 40 "valores positivos" ou influências que ajudariam a garantir um desenvolvimento saudável, como boa comunicação familiar e motivação para aprender. "Independentemente da condição social, o jovem paulistano tem um número de valores abaixo do desejado e necessita de intervenções que revertam esse quadro, pois a falta de valor favorece o comportamento de risco", diz a pesquisadora Ida Kublikowski. No estudo aparecem, entre os casos de comportamento de risco, desde o uso de drogas ilícitas até manter relações sexuais sem preservativo.

O ideal, segundo ela, seria que os jovens apresentassem ao menos 31 "valores positivos", mas apenas 3% alcançou o índice. Outros 39% apresentaram entre 21 e 30 valores; 53%, entre 11 e 20; e, 5%, entre 0 e 10 (mais informações nesta página).

O questionário, desenvolvido pela ONG americana Search Institute, foi aplicado entre participantes de programas sociais e alunos de escolas públicas e particulares de diversas regiões da capital. "Com base nesse diagnóstico e nas expectativas que cada comunidade tem em relação aos seus jovens, é possível desenvolver intervenções voltadas para as suas necessidades", explica Ida. Após o fim da pesquisa, cujos resultados devem ser publicados neste ano, o grupo passou a ser chamado para fazer o retrato dos jovens em comunidades. "Esse mapeamento pode ser um bom índice para planejar estratégias de promoção de saúde de forma mais objetiva, o que seria útil até para secretarias da Saúde."

Estadão.

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