sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Reunião internacional trata sobre crianças no contexto da migração

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), ao apresentar um documento durante a reunião Internacional sobre a Proteção das crianças no Contexto da Migração, que ocorre na Cidade do México, informou que, atualmente, existem cerca de 25 milhões de crianças refugiadas e deslocadas. Dessas crianças, 300 mil servem como soldado e a maioria das meninas nessa situação são submetidas a diferentes formas de escravidão sexual.

Ademais, o Acnur apontou a existência de 246 milhões de crianças que trabalham no mundo, sendo que 180 deles realizam um trabalho em condições prejudiciais e perigosas, por meio de redes de tráfico de seres humanos. Estima-se que 8,4 milhões de crianças são submetidas a escravidão, pornografia e redes de prostituição. Na reunião, o representante do Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU, Karim Ghezreoui, pediu aos países que reforcem os mecanismos de proteção à infância imigrante em todo o mundo para prevenir os abusos contra as crianças.

No México, cerca de 35 mil crianças emigraram em direção aos Estados Unidos e foram repatriadas. O relator especial das Nações Unidas para os Direitos Humanos dos Migrantes, Jorge Bustamante, afirmou que o México está entre os primeiros países que violam os direitos humanos das crianças principalmente no que concerne ao trabalho infantil, com 3,3 milhões de crianças no mercado de trabalho, embora isso esteja proibido na Constituição.

A primeira-dama, Margarita Zavala, afirmou que as migrações no país deixaram de ser circular, tornando-se dramática a situação de crianças saindo do país sozinhas sem a companhia dos pais. Em 2007, foram mais de 21 mil que viajaram sozinhas. Zavala reconheceu que para melhorar as condições dessas crianças não é suficiente deixar essa tarefa a cargo de algumas autoridades ou da sociedade civil, pois nenhum esforço será suficiente sem o apoio da comunidade internacional.

O encontro, que começou ontem e segue até hoje, reúne representantes de 21 países e mais de uma dezena de organizações civis de defesa dos direitos humanos. O objetivo do evento é discutir o assunto e levar suas recomendações ao II Fórum Global sobre Migrações e Desenvolvimento, que será realizado em Manila, Filipinas, de 27 a 30 de outubro.

Adital.

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