O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou que não há sentido em manter gestações de fetos anencéfalos, quando a mãe não quer se submeter a uma gravidez que em 100% dos casos resultará em morte. Temporão participa do terceiro dia de audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF) que discute o aborto de fetos anencefálicos. Segundo o ministro, os sistemas público e privado de saúde têm condições de diagnosticar a anencefalia com exames simples de ecografia. "Há certeza absoluta de morte (dos fetos com anencefalia)", afirmou.
Temporão ressaltou que se a antecipação dos partos for permitida pelo STF, a mulher poderá escolher entre interromper o parto ou ter a criança. O ministro fez questão de deixar claro que, ao contrario do que afirmam alguns setores, a anencefalia não é deficiência. "Deficiência que leva à morte minutos após nascer?", indagou, após fazer uma apresentação na audiência pública para discutir a ação em que é pedida a liberação da interrupção de gestações de fetos com anencefalia.
Temporão comentou ainda a pesquisa do IBGE, segundo a qual os brasileiros gastam muito com saúde. "Alguma coisa está errada. Prova que o país gasta pouco em saúde", disse.
Nesta quinta, participam da audiência nove especialistas, entre os quais as representante Associação de Desenvolvimento da Família, a endocrinologista Therezinha do Nascimento Verreschi; da Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, a pós-doutora em Ciências Sociais, Lia Zanotta Machado; e a médica especialista em Pediatria, Habilitação em Neurologia Pediátrica, Cinthia Macedo Specian.
Estadão.
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