quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Cão é ouvido como "testemunha" em caso de morte na França

Um cão foi "ouvido" como testemunha na investigação de uma misteriosa morte ocorrida há dois anos e meio em um subúrbio de Paris.

O animal foi trazido ao caso para reforçar a tese de que sua dona, uma mulher de 59 anos encontrada enforcada em seu apartamento em Nanterre, nas proximidades da capital francesa, foi vítima de um assassinato.

A tese, defendida pela família, contraria a posição da polícia, que não lançou uma investigação completa de assassinato por falta de evidências.

Para aportar elementos às investigações, o juiz Thomas Cassuto decidiu confrontar um possível suspeito com o cachorro, que se acredita ter sido a única "testemunha ocular" do crime.

A "acareação" foi realizada em julho passado com a ajuda de dois psicólogos veterinários, segundo informação veiculada na rádio France Info e reconfirmada pela mídia local.

Notas

Um funcionário do tribunal ficou responsável por tomar notas cuidadosas sobre o comportamento do cachorro ao longo de todo o período. Segundo a France Info e o canal de notícias LCI, o cão foi apresentado a dois suspeitos.

Entretanto, de acordo com o periódico satírico "Le Canard Enchainé", o animal não teria demonstrado "reação significativa" senão em um determinado momento quando se agitou próximo de um policial que cuidava do animal.

"Esse latido, certamente um tanto banal, não pode ser desconsiderado", afirmou um advogado à rádio Franco Info, em declarações reproduzidas no diário "Le Figaro".

"Ele aporta (evidências) a uma linha de investigação longa e complexa, à qual várias outras evidências já foram recolhidas."

"Não seria portanto o determinante para condenar qualquer pessoa com base nessa confrontação", ele acrescentou.

A história mais diverte que convence magistrados escutados pela mídia francesa. "Quando nos damos conta da fragilidade de um testemunho humano, que pensar do testemunho canino?", questionou um à rádio France Info.

Já o presidente do sindicato dos magistrados disse ao canal de notícias LCI disse que um cão "não pode ser testemunha" em um processo. Ele qualificou a história de "inédita".

Outras fontes escutadas pela imprensa francesa lembraram que os dois anos e meio decorridos entre o incidente e os dias atuais correspondem a 17 anos na vida de um cachorro, o que fragilizaria ainda mais as possíveis memórias do cão sobre o evento.

O caso continua.

BBC Brasil.

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