sábado, 13 de setembro de 2008

Brasil registra 10% dos homicídios do mundo, aponta relatório

Na Suíça, Tarso Genro afirmou que meta é reduzir em 50% a taxa de homicídio no País e atingir nível chileno.

GENeBRA - Algumas das cidades mais violentas do Brasil têm o mesmo índice de homicídios que o Iraque. Os dados do Ministério da Justiça apontam que, em Vitória, o índice é de cerca de 70 assassinatos por cada 100 mil habitantes. Segundo um levantamento financiado pelo governo suíço sobre a violência no mundo, a taxa é equivalente à do Iraque. Na quinta-feira, 11, o estudo foi divulgado em Genebra na presença do ministro da Justiça Tarso Genro. O relatório afirma que o Brasil tem quase 10% dos homicídios no mundo, com 48 mil mortes por ano.

No mundo, os homicídios chegariam a 490 mil por ano, número superior ao número de mortes em guerras oficiais, como no Afeganistão, Colômbia ou Iraque. Pelos dados do levantamento, as guerras geram por ano cerca de 52 mil mortes.



"A situação da violência no Brasil é corrosiva. A violência no Brasil hoje é um sério empecilho ao desenvolvimento do país", afirmou Keith Krause, autor do relatório. A América do Sul, ao lado da África, são as regiões onde os homicídios apresentam as maiores taxas em todo o mundo. A média de Vitória, por exemplo, é dez vezes maior que a média mundial. Em cidades como Rio, a média é de 40 assassinatos para cada 100 mil pessoas. "Queremos em quatro anos chegar a níveis chilenos, de cerca de 15 por cada 100 mil", afirmou Tarso.



Segundo o relatório, a América Latina ainda é a líder no que se refere ao número de seqüestros por ano, com quase 700. O Brasil também aparece em situação crítica no que se refere ao número de estupros. "Hoje, a violência armada é o quarto motivo de mortes no mundo", afirmou Krause. O que mais assusta os governos e especialistas é que países em guerra têm, na realidade, índices de mortes inferiores a de países em crise de segurança, como o Brasil. "O impacto econômico da violência no mundo cresce e preocupa os governos que querem se desenvolver. O custo chega a US$ 160 bilhões por ano em produtividade perdida e outros fatores", alertou Krause.

Estadão.

Nenhum comentário:

Pesquisar este blog