A sociedade civil organizada volta a sentar à mesa para discutir como conter o avanço da violência. Levantamento da Polícia Civil aponta que assaltos subiram 15%, em 2008.
Como combater a violência dependendo menos do uso da força policial em Maringá? Respostas, visando soluções em curto prazo, começaram a ser debatidas, na noite desta quarta-feira, com o início do projeto "Maringá contra a violência".
O pontapé inicial foi dado em uma reunião organizada pela Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Maringá, e Conselho Comunitário de Segurança (Conseg). Participam entidades representativas, além de lideranças políticas, empresariais, autoridades policiais e advogados.
Entre as alternativas discutidas no auditório da OAB estão ações culturais e esportivas nos bairros e debates sobre a violência, nas salas de aula.
A cidade é pioneira nesse tipo de organização: em 1982, diante da escalada da criminalidade, foi criado pela própria sociedade civil o Conseg, para elaborar projetos e cobrar ações das autoridades.
Foi o primeiro conselho desse tipo no País e os resultados são colhidos até hoje, com a cidade tida como uma das mais seguras do Brasil. Mas a volta, 26 anos depois, da união de entidades contra a violência mostra que a luz de alerta está acesa.
O número de homicídios está em alta: foram 27 neste ano, contra 24 no mesmo período do ano passado. A zona norte da cidade concentra a maioria dos assassinatos.
Apenas os bairros Parque das Grevíleas e Conjunto Requião (ambos da zona norte) registraram 25% dos assassinatos deste ano. Já na zona sul, houve apenas um homicídio neste ano.
O Mapa da Violência de O Diário - levantamento mensal feito com base nas ocorrências registradas pelas polícias Civil e Militar - mostra que apenas no primeiro semestre deste ano foram arrombadas, em média, cinco residências por dia - foram 1.064 arrombamentos de janeiro a junho.
No período, três pessoas foram assaltadas na rua por dia - número semelhante de veículos foram arrombados pelos ladrões a cada 24 horas. E segundo levantamento da Polícia Civil, o número de assaltos aumentou 15% em relação ao ano passado.
"Vamos buscar a cultura de dizer não à violência, agindo nas questões sociais. A violência está crescendo e não podemos assistir parados", diz o presidente da OAB Maringá, César Augusto Moreno.
O presidente da OAB sugere que algumas soluções podem ser inspiradas em projetos de outras cidades, como a vizinha Sarandi.
"Tem um projeto em Sarandi de formar grupos de hip hop. Parece que está dando certo. Não queremos inventar a roda, mas buscar soluções simples e práticas", conta.
O presidente do Conseg, Everaldo Belo Moreno, dá várias sugestões de medidas que podem ser adotadas: educação pública em tempo integral, palestras e discussão das leis.
"O que a gente está fazendo hoje é ver como vamos divulgar a cultura da paz", destaca.
O Diário do Norte do Paraná.
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