quarta-feira, 9 de julho de 2008

Resultados de bafômetros podem divergir, diz Ipem

Disparidades seriam entre aparelhos usados por bares e pela polícia.
Os bafômetros usados pelas casas noturnas não precisam do selo do instituto.

O resultado indicado em bafômetros usados por bares e boates de São Paulo pode não ser o mesmo do apurado pelo equipamento da polícia. Quem alerta é o Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (Ipem), responsável por aferir os etilômetros (o mesmo que bafômetro) usados pelas autoridades policiais e pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) na fiscalização dos motoristas em São Paulo.

Coordenador do Laboratório de Etilometria do Ipem, Alexandre Sobral, conta que nem sempre o teste feito pelo cliente de um bar - alguns estabelecimentos têm bafômetros - será compatível com o resultado feito em uma blitz policial. “Há chances de ter disparidades.” As diferenças, segundo ele, podem ocorrer porque os bafômetros da polícia e da CET são “verificados”, ou seja, recebem o selo do Ipem. O órgão representa o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) em São Paulo.




Confiável

No caso de empresas privadas, como bares e boates, essa obrigatoriedade não existe. “Eles não precisam pedir (a verificação) ao Ipem. A obrigatoriedade só existe para os etilômetros utilizados na fiscalização do trânsito. Em compensação, você não pode confiar plenamente (no resultado)”, diz Sobral, ressaltando que a falta do selo do Ipem não quer dizer que o aparelho traz indicações erradas.

Mesmo assim, não serve como prova de culpa ou inocência. “O instrumento utilizado pelo bar e que não tenha a verificação metrológica não tem efeito legal”, garante o técnico. Ele admite que a demanda pelo produto cresceu depois que a “lei seca” entrou em vigor, em 20 de junho.

A nova resolução proíbe o consumo de qualquer quantidade de bebidas alcoólicas por condutores de veículos. Antes, era permitida a ingestão de até 6 decigramas de álcool por litro de sangue.




Demanda

Pelos cálculos de Sobral, em 2007, receberam o selo de garantia do instituto 576 bafômetros usados para fiscalizar motoristas. Até junho deste ano, o Ipem já tinha certificado 514 aparelhos. “A tendência é de aumento”, diz ele.



De acordo com a Polícia Militar (PM), a quem cabe fazer a compra dos bafômetros, o governo do estado vai investir R$ 2,6 milhões na compra de 400 novos aparelhos: 298 para as cidades do interior e 102 para a capital.

A PM também coordena a Operação Direção Segura, em que motoristas que dirigem alcoolizados são autuados em flagrante, têm a carteira de habilitação apreendida, recebem multa e, conforme a dosagem de álcool no sangue, podem ser presos em flagrante.

Queda em acidentes

Um levantamento da Secretaria de Estado da Saúde divulgado na sexta-feira (4) mostra que o atendimento a vítimas de acidente de trânsito no Hospital das Clínicas (HC), na Zona Oeste de São Paulo, caiu 27% após a implantação da "lei seca". A média de queda ficou em 19% na capital paulista no último fim de semana.



A secretaria listou os atendimentos em três grandes hospitais da cidade considerados referência em casos de trauma por acidentes. No HC foram atendidas 24 vítimas de acidentes nos dias 27, 28 e 29 de junho, contra 33 no fim de semana anterior.



Já no Hospital Regional Sul, na região de Santo Amaro, foram 26 acidentados contra 36 no fim de semana anterior, queda também de 27%. No Hospital do Mandaqui, na Zona Norte, houve 42 atendimentos contra 45 no anterior.


G1.

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