quinta-feira, 3 de julho de 2008

Princesas árabes mantinham 17 'escravas' em Bruxelas

A polícia da Bélgica libertou 17 mulheres que eram mantidas em regime de semi-escravidão por uma família nobre dos Emirados Árabes em um dos hotéis mais luxuosos do centro de Bruxelas.

O caso foi descoberto graças à denúncia de uma das vítimas, que conseguiu escapar na sexta-feira passada, depois de oito meses de trabalhos forçados.

De acordo com sua declaração, ela e as demais mulheres foram recrutadas como empregadas domésticas pela viúva de um emir árabe e suas quatro filhas, que têm o título de princesas.

Originárias de Marrocos, Filipinas, Índia, Egito, Turquia, Iraque e Síria, as vítimas teriam tido seus passaportes confiscados e teriam sido obrigadas a fazer plantões noturnos na porta dos quartos das patroas, para o caso de seus serviços serem solicitados.

Saídas acompanhadas

Para evitar possíveis tentativas de fuga, só podiam sair acompanhadas pelos seguranças da família, que já teriam impedido anteriormente que outras das vítimas escapassem.

A autora da denúncia, de origem marroquina, contou ao jornal belga Le Soir que recebia uma remuneração de 500 euros mensais (aproximadamente R$ 1,27 mil), enquanto suas companheiras recebiam 150 euros mensais (cerca de R$ 380).

Elas dividiam dois quartos do hotel Conrad, onde a família do emir alugou, para o período de um ano, todo um andar - um total de 53 quartos, ente eles a suíte presidencial, cuja diária custa 4,5 mil euros (aproximadamente R$ 11,4 mil).

O diretor do Conrad, Mark De Beer, afirmou às autoridade belgas que não tinha conhecimento do que acontecia no quarto andar de seu estabelecimento.

A polícia abriu uma investigação sobre tráfico de seres humanos e exploração econômica e começaria a ouvir as acusadas nesta quarta-feira.

Segundo as autoridades belgas, se as acusações forem comprovadas, as 17 mulheres poderão solicitar status de vítimas de tráfico humano, o que lhes permitiria pedir asilo ao país.

A responsável pela denúncia disse ter medo de voltar a seu país e ser perseguida pela família dos Emirados Árabes, que ela afirma ser “gente muito poderosa”.


BBC Brasil.

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