quinta-feira, 10 de julho de 2008

Prepare-se para fazer a diferença

O consultor Pedro Mandelli afirma que os profissionais devem apostar em duas características: qualificação e disposição.

O mundo globalizado e a forte concorrência não deixam outra alternativa às empresas a não ser se tornar competitiva. E, neste quesito, não é a automação que fala mais alto: são as pessoas. Atualmente, as empresas precisam de colaboradores que produzam resultados superiores aos da média para se manter no mercado. Quem só consegue produzir resultados normais - considerados dentro da média - é automaticamente deixado de lado. ''As pessoas precisam ter coragem para fazer a diferença. Fazer a diferença apenas quando a empresa pede é pouco'', afirma o consultor Pedro Mandelli Filho.

Mandelli esteve em Londrina nesta semana para ministrar palestra sobre relações de trabalho, novos conceitos e ferramentas de gestão. O evento foi promovido pela Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD/PR). Segundo ele, trabalhadores modernos devem ter dois diferenciais: qualificação e disposição. ''O problema é que as pessoas não estão preparadas e dispostas para sempre. Para trabalhadores com qualificação acima da média não faltam vagas; já para os que produzem na média, não há tantas respostas porque eles não são competitivos'', argumenta.

''Disposição não tem idade e para as empresas uma pessoa preparada não tem idade'', diz o consultor. Para os profissionais que não se sentem valorizados pelo empregador, ele sugere mudanças. ''É melhor obter valorização em outra empresa. Diz o ditado que é melhor valer mais em uma empresa menor do que valer menos em uma grande empresa'', avalia o consultor. Ele acrescenta que dentro do Brasil há quatro ou cinco países diferentes culturalmente. ''A região mais competitiva é a Centro-Leste (São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro), onde a competitividade está à 'flor da pele''', afirma.

Segundo Mandelli, este nível de competitividade, inclusive, tem relação direta com a qualificação das pessoas. ''Já o Sul é a grande fábrica do País. A mentalidade industrial está no Sul'', salienta. Na sua avaliação, os trabalhadores desta região têm consciência da importância da qualificação e da disposição, mas ainda não acreditam muito. ''No Sul, há boas empresas que ainda são geridas pelas famílias, então, há ainda a promessa velada de que se o profissional continuar na empresa ele será alguém na vida'', observa. Já no Centro-Leste os trabalhadores têm plena consciência de que a carreira é problema exclusivamente dele.

''No Sul, os trabalhadores têm mais qualidade de vida e, por isso, mais disposição. Mas falta senso de urgência de competitividade comparado aos grandes centros'', comenta o consultor. Do total de profissionais, ele avalia que 15% aceitam mudanças rapidamente; 35% só aceitam depois de conhecer as evidências; 15% não topam de jeito nenhum; enquanto 35% só mudam se os outros 15% de fato não mudarem. ''Acredito que falta mais disposição para os trabalhadores. A maioria não está disposta a riscos porque acredita que está imune, que não vai perder o emprego. A disposição é uma característica pessoal, mas ter este diferencial atualmente é imperativo'', afirma.


Folha de Londrina.

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