sábado, 19 de julho de 2008

Mortes nas estradas de SP caem 15%

As vésperas de completar um mês de vigência, a lei seca começa a apresentar os primeiros resultados na redução de mortes e acidentes no trânsito. Levantamento elaborado pela Polícia Rodoviária Estadual, a pedido do Estado, revela queda de todos os indicadores de acidentes nos 24 mil quilômetros de rodovias estaduais desde a sanção da lei, em 20 de junho, ante igual período de 2007. O número de mortes nos primeiros 15 dias de julho caiu 15,32% - de 111 em 2007 para 94 neste ano. A PRE estima que 60% dos acidentes sejam causados por embriaguez.

O levantamento aponta queda de 7,52% no número de acidentes com vítimas, de 1.716 para 1.587, entre 20 de junho e 13 de julho deste ano em relação ao mesmo intervalo de 2007. A mudança fica mais expressiva quando se comparam dados das primeiras quinzenas de julho: a queda nos acidentes com vítimas foi de 27,81%, de 1.183 em 2007 para 854 neste ano.

Esse índice rompe tendência de elevação de um ano para o outro: em maio, os acidentes com vítimas subiram 15,79%, de 2.077, em 2007, para 2.405, neste ano. Comparando junho de 2007 e de 2008 - com a lei em vigor por dez dias -, o ritmo de crescimento foi menos intenso, de 2.082 para 2.134. "É animador observar que a queda começou tímida, aumentando progressivamente em julho", afirma o tenente Cláudio Ceoloni.

Segundo a PRE, a fiscalização nas estradas não foi intensificada. "É cedo para dizer, mas, ao se observar os dados, se vê queda. Isso pode querer dizer que a lei está fazendo efeito." De 20 de junho a 15 de julho, 108.937 motoristas haviam sido parados nas rodovias estaduais paulistas. Entre eles, 325 foram multados e 292, levados a delegacias por dirigirem com níveis de álcool superiores a 0,3 miligrama por litro de ar expelido no bafômetro.

CEDO

Apesar dos resultados positivos iniciais, especialistas em trânsito alertam que é cedo para chegar a conclusões definitivas e dizem que, caso a fiscalização seja afrouxada, os números devem voltar a subir. "Aconteceu com o Código de Trânsito Brasileiro, pode acontecer novamente", afirma o diretor científico da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, José Montal. Com o Código, os acidentes no País caíram de 35 mil, em 1997, para 26 mil, em 2000. Em 2004, o número voltou à marca de 35 mil.

O diretor do Centro de Psicologia Aplicada ao Trânsito, Salomão Rabinovich, é mais duro. "Isso é somente o impacto inicial da lei. A legislação é falha, complicada e favorece a corrupção", disse.

Pela nova lei, com 2 decigramas de álcool por litro de sangue ou 0,1 miligrama por litro de ar expelido, o motorista recebe multa de R$ 957,70, perde a habilitação e tem o veículo apreendido. Caso seja flagrado com 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou 0,3 miligrama por litro de ar, responde criminalmente, sujeito a pena de até 3 anos de prisão.


Estadao.

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