terça-feira, 8 de julho de 2008

Inquérito conclui que mãe teve intenção de matar bebê

Nesta terça-feira (8), o inquérito segue para a Justiça. Depoimentos de 25 pessoas foram coletados para a conclusão do material.

A delegada Eunice Vieira Bonome, do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria), finalizou nesta segunda-feira (7) o inquérito sobre a morte de Mariana Damiane, o bebê de oito meses atirado, pela própria mãe, do 6° andar de um prédio no Centro de Curitiba, na semana passada. O material segue para a Justiça na manhã de terça-feira (8). A mãe da criança, Tatiane Damiane, 41 anos, que confessou o crime, foi indiciada por homicídio doloso, quando há intenção de matar.

Segundo informações do superintendente do Nucria, Luiz Augusto Dias de Souza, estão presentes no inquérito os depoimentos de 25 pessoas. São vizinhos, familiares e colegas de trabalho de Tatiane, além de testemunhas que presenciaram o crime e policiais que atenderam a ocorrência. Uma professora da escola freqüentada por Mariana também foi ouvida. “Num contexto geral, não percebemos nada de anormal nos relatos. Todos comentaram que Tatiane convivia normalmente em sociedade”, afirma o superintendente.

Tatiane foi indiciada por homicídio doloso e encaminhada para o Complexo Médico Penal (CMP), em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. “O trabalho policial é imparcial. Agora é a Justiça que vai ou não incriminá-la”, ressalta Souza.

São aguardados ainda os laudos do exame toxicológico e das avaliações psicológica e psiquiátrica de Tatiane. O prazo para a finalização dos exames é de 30 dias, podendo ser prorrogado. Até o dia 17 de julho, eles devem estar finalizados. “Se o médico achar ser necessário mais tempo para a conclusão das avaliações, um prazo maior poderá ser solicitado”, explica o superintendente. Os laudos pretendem mostrar se Tatiane sofre de distúrbios mentais e se estava sob efeito de remédios no momento em que jogou a filha pela janela.

O corpo de Mariana foi enterrado na tarde de quarta-feira (2) no município de Colorado, no Rio Grande do Sul, onde vive a família de Tatiane. O pai da menina, Sérgio de Oliveira Teixeira, e a avó materna, Rachele Lurdes Damiane, não participaram do sepultamento. Eles permaneceram em Curitiba para ajudar nas investigações policiais.

O caso

Mariana, o bebê de 8 meses, morreu na hora ao ser jogada do 6º andar de um prédio da Rua Voluntários da Pátria, no Centro de Curitiba, na noite de segunda-feira (30). A mãe da criança foi presa em flagrante e demonstrava estar desorientada.

O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 21h30. Algumas testemunhas afirmaram à polícia que a mãe da criança ameaçou se jogar antes de lançar o bebê, por volta das 21h15. Foram populares que avisaram os bombeiros que uma mulher estaria ameaçando se atirar da janela. No entanto, quando eles chegaram, quem havia sido jogada era a criança. O bebê caiu de uma altura de aproximadamente 20 metros.

A Polícia Militar foi chamada em seguida e levou Tatiane para o 1º Distrito Policial, também no Centro da cidade.


Gazeta do Povo.

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