domingo, 20 de julho de 2008

Funcionários fecham acordo e greve dos Correios deve terminar segunda

Depois de mais de sete horas de reunião com o ministro das Comunicações, Hélio Costa, representantes dos servidores dos Correios fecharam um acordo com a direção do órgão e devem voltar ao trabalho na segunda-feira, quando a categoria irá se reunir em assembléia para votar as propostas apresentadas. O acordo fechado com os grevistas custará entre R$ 120 milhões e R$ 130 milhões por ano para a estatal.

O secretário-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos (Fentect), Manoel Cantoara, confirmou que a categoria aceita o acordo, mas só suspenderá a greve quando as propostas estiverem formalizadas. De acordo com o presidente dos Correios, Carlos Henrique Custódio, a principal reivindicações dos carteiros - o acréscimo de 30% no salário a título de periculosidade - foi atendida. Devem receber esse aumento cerca de 43 mil carteiros. Outros 14 mil servidores - entre motoristas e operadores - serão contemplados com um aumento de R$ 260.

- Verbalmente sim, estamos satisafeitos. Se confirmar tudo no papel, indicaremos o fim da greve a partir de segunda-feira - disse Manoel Cantoara.

Também foi acertado que os dias paralisação não serão descontados, mediante a reposição das horas não cumpridas. O ministro disse que tomou esta decisão após conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Costa estima que seja possível em dez dias, entregar toda a correspondência acumulada. Segundo o ministro, a greve foi causada "sobretudo por falta de comunicação":

- Quem perdeu foi a população brasileira - disse.

A reunião, que começou por volta da 12h, na sede dos Correios, em Brasília, só terminou por volta das 19h. O acordo só saiu depois que Costa, sindicalistas e dirigentes dos Correios foram pessoalmente à residência do presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Rider de Britto, para assegurar a legalidade do acordo. De acordo com os envolvidos na negociação, o presidente do TST se comprometeu a homologar os termos do acordo.

A greve dos funcionários, que completou neste sábado 19 dias, deixou sem entrega 130 milhões de cartas e 400 mil encomendas, segundo a estatal. Segundo balanço da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), 17,2% dos seus 108 mil empregados estavam em greve, percentual que sobe para 25,5% entre os 53 mil carteiros. O movimento atingiu, segundo a direção da estatal, 21 estados e o Distrito Federal. Continuam suspensos pela empresa os serviços de entrega com hora marcada: Sedex 10, Sedex Hoje e Disque Coleta. Os grevistas apresentam números maiores, afirmando que a greve está presente em 25 unidades da federação.


O Globo.

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