quarta-feira, 2 de julho de 2008

Filho de promotora diz que PM agiu em legítima defesa

Acostumados a ouvir sobre a truculência policial em favelas, os cariocas se depararam nesta semana com outra notícia envolvendo Polícia e violência. Na madrugada de sábado (28/7), Daniel Duque foi morto na porta de uma boate no bairro nobre de Ipanema, no Rio de Janeiro. O tiro foi disparado pelo policial militar Marcos Parreira do Carmo, que fazia a escolta de Pedro Velasco, filho de uma promotora no estado. Em depoimento à Polícia, o rapaz confirmou que o tiro foi em legítima defesa.

Segundo o jornal O Globo, o filho da promotora Márcia Velasco confirmou a versão dada pelo PM de que este agiu em legítima defesa. Pedro contou à Polícia que estava na boate quando um casal de amigos lhe pediu ajuda devido à perseguição que estava sofrendo da turma de Daniel Duque. O rapaz também contou à Polícia que os tiros só foram disparados depois que, já do lado de fora da boate, três jovens, incluindo Daniel Duque, começaram a chutar o carro. Segundo Pedro, foram dois tiros para o alto. Como os rapazes não se intimidaram, dizendo que iam tomar a arma do policial, que já teria se identificado como tal, foi disparado um terceiro tiro. Este disparo teria atingido o jovem.

A versão contada pelo filho da promotora diverge da de outras testemunhas. Segundo um amigo de Daniel Duque, a confusão começou quando este, sem querer, pisou no pé de Pedro. O amigo afirma, ainda, que os chutes foram posteriores ao tiro, já que várias pessoas tinham tentado impedir a fuga de Pedro, de seus amigos e do policial.

De acordo com o jornal, o laudo de exame cadavérico de Daniel Duque demonstra que o tiro que o acertou foi disparado a uma curta distância, o que derrubaria a tese de legítima defesa. O veículo BMW do filho da promotora também está apreendido para que seja realizada uma perícia.

A promotora Márcia Velasco afirmou que ela e a família são escoltadas por policiais militares cedidos ao Ministério Público do Rio, devido a ameaças de morte que já receberam de acusados como Fernandinho Beira-Mar. “Fico triste ao ver que tantas pessoas o considerem [Pedro] um privilegiado por estar sempre protegido por um segurança. Na verdade, Pedro é um prisioneiro, pela nossa condição de marcados para morrer”, escreveu.

Revista Consultor Jurídico, 2 de julho de 2008

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