quarta-feira, 16 de julho de 2008

Estudo revela dificuldades para jovens conseguirem emprego na América Latina

O estudo "O trabalho infantil e os problemas da inserção no trabalho da juventude na América Central, Panamá e República Dominicana: restrições ao desenvolvimento de trajetórias trabalhistas positivas" revelou a realidade com a qual convive milhares de jovens em toda a América Latina. Apresentado na X Conferência Ibero-americana de Ministras, Ministros e Altos Responsáveis da Infância e da Adolescência, realizada em junho, em El Salvador, o estudo foi elaborado por diversas organizações que tratam das questões trabalhistas.

De acordo com o estudo, a juventude enfrenta ainda muitas dificuldades para conseguir uma trajetória de trabalho positiva. Um dos motivos apontados é a precoce inserção no trabalho, limitando a permanência nas escolas. Na América Latina, cerca de 4 de cada 10 jovens entre 15 e 24 anos enfrentam problemas de desemprego ou ocupação precária, totalizando mais de 40 milhões de jovens nessa situação; 2 em cada 20 não estudam nem trabalham, o que corresponde a 22 milhões.

Na América Central e República Dominicana, de uma população de aproximadamente 10 milhões de jovens entre 15 e 24 anos, cerca de 3,3 milhões estão desempregados ou em ocupação precária. São 2,3 milhões de jovens que não estudam nem trabalham. Pesquisas realizadas com jovens de vários países da América Latina apontaram que o trabalho é uma das questões mais importantes para seu desenvolvimento como pessoa e que a falta de emprego decente está entre os problemas que mais preocupam.

A problemática da falta de emprego torna a confiança no futuro pessoal muito baixa. Em 2005, dados do Latinobarômetro indicaram que 4 em cada 10 jovens, entre 18 e 29 anos, expressavam indiferença em relação ao regime de governo ou apoiavam um governo autoritário. Na América Central, Panamá e República Dominicana, em 2006, a população juvenil economicamente ativa era de 4,4 milhões de ocupados e 640 mil desempregados. A juventude desempregada representava 45% da população total desempregada

O estudo detectou que está ocorrendo um importante desenvolvimento na legislação específica para a juventude e na definição de uma Política Nacional da Juventude, assim como a realização de programas e projetos de emprego juvenil. No entanto, ainda faltam um ordenamento adequado e a necessária integração das iniciativas, com ênfase maior para grupos mais vulneráveis, como mulheres, indígenas entre outros, além de assegurar a participação da juventude nesse processo.

O ano de 2008 foi definido como o "Ano Ibero-americano da Juventude", razão pela qual a próxima Cúpula Ibero-americana de Chefes de Estado e de Governo, que será celebrada entre os dias 29 e 31 de outubro deste ano, na Cidade de São Salvador, El Salvador, vai centralizar-se no tema "Juventude e Desenvolvimento". Pela primeira vez na história das cúpulas a juventude vai figurar como tema central.

O estudo foi resultado de um trabalho conjunto entre o Escritório Sub-regional da OIT para a América Central, Haiti, Panamá e República Dominicana, o Programa Internacional pela Erradicação do Trabalho Infantil (IPEC) da OIT, o projeto Promoção do Emprego Juvenil na América Latina (PREJAL) da OIT e o projeto Formação Ocupacional e Inserção Laboral (FOIL) da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID).


Adital.

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