sexta-feira, 11 de julho de 2008

Entrevista - Marcelo Crivella

'Violência não se resolve com mais violência'

Em seu site na internet, lê-se: "Pastor Evangélico, compositor, cantor e escritor". É formado em engenharia civil, já foi oficial do Exército e bispo da Igreja Universal do Reino de Deus. Agora, aos 50 anos, o senador pelo Partido Repulbicado Brasileiro (PRB) Marcelo Crivella tenta pela segunda vez a eleição para a prefeitura do Rio de janeiro.



Na quarta entrevista da série com os candidatos a prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella fala sobre municipalização da segurança, faz planos para a Guarda Municipal e lembra o papel do prefeito de lidar com o "dilúvio de ódios e paixões" que é a sociedade carioca e seus diversos segmentos. "Quero ouvir a todos", afirma.



Qual é a sua opinião sobre a municipalização da segurança, uma tendência já seguida por alguns países, como a Colômbia?



A simples municipalização da função segurança não resolveria nosso grande problema que é a redução dos alarmantes índices de criminalidade. A prefeitura possui função importantíssima na liderança e na coordenação de iniciativas e estratégias de prevenção e redução dos crimes e na manutenção da ordem urbana.



É responsabilidade do prefeito manter a cidade limpa, seu trânsito organizado e bem sinalizado, os logradouros livres de mendigos e menores desocupados, ruas e praças urbanizadas e bem iluminadas, o comércio ambulante controlado, enfim, zelar pelo cumprimento das posturas municipais.



Quais são seus planos para a Guarda Municipal do Rio de Janeiro?



Transformar a Guarda Municipal em Secretaria Municipal de Defesa do Cidadão, aumentar seu efetivo, estatizar seu quadro, ampliar a ronda escolar, instalar um sistema de câmeras nos ônibus, integrar o sistema de segurança municipal com o sistema de inteligência e controle de operações da segurança do estado e promover um amplo programa de modernização dos equipamentos e de treinamento de pessoal.



Qual a sua opinião sobre a política de confronto adotada pelo governo do estado, e como o governo municipal pode contribuir para a mudança dos altos índices de mortes em confronto hoje no Rio?



Violência não se resolve com mais violência. Violência se resolve com inteligência, planejamento, integração das forças de segurança em todos os níveis, modernas técnicas de gestão e treinamento. Inúmeras missões executadas pela Polícia Militar em crimes de baixo potencial ofensivo poderiam estar sendo executadas por guardas municipais, liberando a PM para sua missão primordial de policiamento ostensivo.



Que tipo de missões seriam essas? Isso significaria armar a Guarda Municipal?



Missões de caráter inibidor, como a presença da Guarda perto de escolas, por exemplo. Quanto a armar a Guarda, isso ainda precisa ser discutido junto com especialistas, pois é um assunto delicado.



Qual a sua opinião quanto à atuação do Exército na Segurança Pública?



As Forças Armadas podem contribuir muito, aumentando seu contingente e equipamentos no patrulhamento das nossas fronteiras. Prevenindo assim a chegada de armas e drogas nos centros urbanos.



Caso seja eleito, como pretende utilizar as verbas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no município do Rio de Janeiro?



Os recursos do PAC para o Rio são para o setor de urbanização das comunidades carentes. Irei incluir no orçamento do município as verbas de contrapartida para garantir que as obras começem e terminem no prazo e com qualidade.



O que deve ser feito para lidar com a expansão das favelas no Rio de Janeiro? Há alguma proposta nesse sentido?



Se unirmos os subsídios dos governos federal, estadual e municipal, mais os recursos do FAT e do FGTS, poderemos oferecer 300 mil casas para famílias de baixa renda. Seria a melhor medida para conter a favelização.



Se fosse eleito, como seria a relação da prefeitura com a sociedade civil?



O prefeito é o grande contemporizador desse díluvio de ódios e paixões que são todas as sociedades especialmente aquelas com índice de desigualdade social anômico como o nosso. Quero ouvir a todos, dar transparência às ações de governo e universalizar os serviços públicos.



Em seu site na internet, lê-se: "Evangélico da Igreja Universal do Reino de Deus, é compositor, cantor e escritor". Como o senhor pretende lidar com a grande diversidade religiosa do Rio de Janeiro?



Respeitando a todos.


Comunidade Segura.

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