quarta-feira, 2 de julho de 2008

Criança que passou no vestibular de direito da Unip quer tentar Universidade Federal

Os alunos do 5º ano do ensino fundamental do colégio Imaculada Conceição, em Goiânia, já começam a planejar as brincadeiras para o tempo livre das férias escolares, que começaram neste final de semana. Menos João Victor Portelinha de Oliveira, 9. Ao contrário dos colegas de sala, ele pretende passar o mês de julho estudando para o vestibular.
Depois de ser aprovado no processo seletivo da Faculdade de Direito da Unip (Universidade Paulista) e não ter autorização para fazer o curso, ele quer encarar outro desafio: passar no vestibular da UFG (Universidade Federal de Goiás). "Já assisti a uma aula e gostei muito. É lá que eu quero estudar", conta João Victor.
Ainda faltam sete anos para ele concluir os estudos, mas seus planos vão além do bacharelado. "Quero ser advogado até os 15 anos, mas meu grande sonho é ser juiz federal. Acho que até os 18 eu vou conseguir". Isso porque ele não pretende fazer a prova, marcada para novembro, na modalidade de treineiro. "Vou prestar para passar", garante.

No entanto, o menino pode ter seus planos frustrados novamente. Segundo a portaria nº 391/2002 do MEC (Ministério da Educação), somente candidatos que estejam cursando o ensino médio ou que possuam certificado de conclusão deste nível de ensino podem se inscrever no vestibular, inclusive como treineiro.

A mãe de João Victor, Maristela Martins Portelinha, conta que o filho não teve problema para se inscrever na seleção da Unip. "Não sabia dessa portaria do MEC e não tivemos dificuldade antes. Acho que não vamos ter novamente".

A UFG ainda não divulgou o edital do vestibular 2009, mas no edital de 2008 consta que "o processo seletivo se destina àqueles que tenham concluído o ensino médio (ou curso equivalente) ou estejam cursando, em 2007, a última série do ensino médio (ou curso equivalente)".

Segundo a assessoria de imprensa da universidade, qualquer pessoa pode se inscrever e fazer o vestibular. A restrição se limita à matrícula, que é quando o candidato apresenta a documentação e o certificado de conclusão do ensino médio.

Momento certo
Sempre muito econômico nas palavras, João Víctor acredita que essa é a hora certa para fazer vestibular. "Tem muita gente que, quando chega naquela fase, fica com preguiça. Então é melhor fazer logo".

A idéia é entrar na universidade o quanto antes, mas ele sabe que o episódio anterior pode se repetir. "Não vou desanimar. Se não me deixarem entrar na faculdade, vou continuar fazendo vestibular para testar meus conhecimentos".

João Víctor diz que tem autorização dos pais para prestar o concurso. Mas para Maristela, o filho precisa mesmo é "descansar um pouco". "Estamos orientando e até tentando desanimá-lo de fazer a prova porque ele fica na expectativa. E se não entra na faculdade, ele fica frustrado", conta.

Segundo ela, João é uma criança responsável, estudiosa e que gosta muito de ler. "Ele acompanha desde o caderno de esportes até as reportagens de política".

Para as férias, o jovem vestibulando já tem planos: "vou viajar para a casa da minha avó, em Camboriú (SC), e estudar com os livros do meu pai". O pai, William Ribeiro, cursava direito na Unip, mas depois do ocorrido com João Victor, pediu transferência para outra instituição em Goiânia.

João Victor diz que é a única criança da escola que pensa na profissão. "Meus amigos apóiam minha decisão, mas eles não têm vontade de entrar na facudade. Eles só querem brincar".

Fonte: Site UOL

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