quarta-feira, 9 de julho de 2008

crack - O drama dos acorrentados

O crack introduziu uma imagem poderosa no dia-a-dia dos gaúchos: a de jovens acorrentados em casa pela família como último recurso para conter a fúria do vício. Por trás da cena está o fracasso da rede de saúde em recuperar os usuários da droga.

Em outubro passado, foi a vez de uma mulher de 41 anos e sua filha de 19 estrelarem o drama. Acorrentada pela perna direita, a jovem conseguiu driblar a vigilância da mãe e saiu à rua arrastando a cama a que estava presa. Oito meses depois, a situação não melhorou. Em uma das internações, o psiquiatra que a atendia mostrou-se desesperançado:

- Vou internar sua filha por uns dias, para a senhora ter sossego, mas não vai resolver o problema.

Na volta para casa, ela fugiu até uma favela em busca de crack. A mãe foi atrás, tropeçou, quebrou a tíbia e passou três meses com a perna engessada. Perdeu o emprego de cozinheira e passou a depender de vizinhos. Uma jovem normal até se iniciar na pedra, três anos atrás, a filha agora é diagnosticada como psicótica. Para a mãe, a doença se manifestou porque a filha não foi assistida pela rede de saúde.


Zero hora.

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