O registro de dois boletins de ocorrência por violência doméstica não livrou a costureira Maria Alves, 36 anos, de ser morta pelo ex-marido, o mestre de obras Osvaldo Ribeiro de Sena, 44 anos.
O crime aconteceu no início da madrugada desta segunda-feira em uma residência localizada no Parque Residencial Tuiuti, zona norte de Maringá, onde a vítima residia junto com um casal de filhos.
Aparentemente transtornado com o processo de separação, iniciado meses atrás, Sena invadiu a casa da ex-mulher para, supostamente, tentar convencê-la a reatar o casamento.
No entanto, antes mesmo de falar com a ex-mulher, Sena teria iniciado uma calorosa discussão com o filho, ainda adolescente, ao ponto de os dois entrarem em luta corporal.
Temendo pelo pior, Maria tentou intervir, mas não percebeu o momento em que Sena se armava com uma faca que estava na gaveta da pia. Em meio à confusão, Sena acabou desferindo vários golpes contra o peito da ex-mulher, ferindo-a gravemente.
Também esfaqueado pelo próprio filho durante o entrevero, Sena conseguiu deixar a casa e fugiu a pé, levando a arma do crime. Maria foi socorrida pelo Siate, mas morreu antes de dar entrada no pronto-socorro do Hospital Universitário (HU).
O crime ocorreu três dias depois de Sena receber uma notificação judicial proibindo-o de se aproximar da ex-mulher, do trabalho dela ou da casa onde ela morava.
A filha do casal, Patrícia Alves de Sena, 18 anos, contou que o crime foi premeditado, uma vez que antes de invadir a residência o pai quis saber se a mãe estava.
Em um dos boletins de ocorrência, registrado em junho passado, Maria havia feito um breve relato do histórico de violência do ex-marido.
Segundo ela, ao chegar em casa de madrugada, após um suposto encontro com uma amante, Sena teria arrombado a porta do quarto onde Maria dormia e arrancado suas roupas à força.
Em seguida, agarrou-a pelos pés e arastou-a até outro quarto, onde passou a bater a cabeça dela contra a parede ao mesmo tempo que prometia matá-la com um tiro na cabeça.
A dona de casa Dina Rosa de Sena Silva, 46 anos, irmã de Sena, confirmou que o casal conviveu maritalmente por vinte anos, mas passou a enfrentar problemas de relacionamento há cerca de dois anos.
“Meu irmão não era dado ao vício do álcool, mas o pouco que bebia era o suficiente para alterar a personalidade, tornando-se violento”, contou a dona de casa, ainda bastante abalada com o ocorrido.
Ainda segundo Dina, logo após cometer o crime, Sena correu até a casa dela e pediu ajuda para socorrer a ex-mulher. Depois de dar o recado, ele foi à casa da mãe, que reside no mesmo bairro, e contou o que havia feito.
“É meu irmão, mas ele precisa pagar pelo que fez. Não é justo”, concluiu Dina.
O Diário do Norte do Paraná.
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