quarta-feira, 2 de julho de 2008

Clínica de Rafael Ilha em Embu-Guaçu (SP) está interditada desde junho

A Comunidade Terapêutica Ressurreição, clínica para viciados em drogas mantida pelo ex-Polegar Rafael Ilha, está impedida de funcionar desde o início de junho pela Vigilância Sanitária de Embu-Guaçu (Grande São Paulo), onde está instalada. A clínica foi fechada, segundo a administração municipal, por estar em desacordo com as normas. O órgão não informou quais são as normas, mas disse que Ilha recorreu da decisão e tenta se adaptar.

O ex-vocalista do grupo Polegar foi detido na noite de terça-feira (1º) com mais duas pessoas sob acusação de tentar seqüestrar uma suposta usuária de drogas na rua Maestro Cardim, região da avenida Paulista (área central de São Paulo). A mulher, identificada como Karina, 28, teria sido abordada pelo ex-músico nas proximidades do Shopping Paulista, por volta das 19h.

Segundo o advogado José Vanderlei Santos, Ilha atendia a uma solicitação de um ex-paciente de sua clínica. "Esse paciente disse que a ex-mulher tinha problema com drogas e que queria restaurá-la", afirmou.

Ricardo Manuel Guimarães de Oliveira, 43, que testemunhou a cena, afirma que a mulher gritava muito. "Estava dirigindo meu carro e ouvi os gritos dela. Ela se debatia para não entrar no carro [de Ilha, uma picape Toyota Hilux com vidros escuros]". Oliveira e outras pessoas que ajudaram a jovem chamaram a polícia.

A testemunha relatou que um homem e uma mulher, que dizia ser enfermeira de uma clínica, empurravam Karina para dentro do carro. A polícia informou que no carro do ex-Polegar havia uma camiseta do Denarc (Departamento de Investigações sobre Narcóticos) com seu nome, injeções de substâncias dopantes e equipamentos de imobilização.

Prisão

O delegado Diogo Dias Zamut, plantonista do 5º DP (Aclimação), afirmou que o cantor foi preso em flagrante e responderá pelos crimes de tentativa de seqüestro, formação de quadrilha e usurpação de função pública. A pena pode variar de multas a prisão de até oito anos.

"Ele tentou levá-la à força e provocou hematomas na moça. Arrancaram um pedaço da roupa dela", afirmou. Segundo os envolvidos no caso, Rafael Ilha relatou que "é costume fazer esse tipo de resgate". "Ele alega que isso é normal, que só foi tentar conversar com ela e que se ela quisesse iria pra clínica", informou o delegado.

Ilha disse, segundo o advogado, que jamais pensou em levar a mulher à força. "Na clínica só há uma possibilidade para a pessoa ser tratada: ela tem de ir voluntariamente", contou o defensor do ex-cantor.

Karina se dispôs a fazer exame toxicológico e foi levada para o IML (Instituto Médico Legal) para tentar comprovar que não é usuária de drogas.

Ex-polegar

Conhecido pelo sucesso com o grupo Polegar na década de 80, Rafael Ilha foi preso em setembro de 1998 quando tentava roubar um vale-transporte e R$ 1 de uma balconista. Dois anos depois, ele voltou a ser detido por porte de drogas --estava com dois papelotes de cocaína.

Em setembro do ano passado, o cantor foi preso na zona norte de São Paulo após perseguir um ex-interno na clínica. Ilha informou à polícia ter sido agredido por Marcos Nojiri, 30, após tentar convencê-lo a retornar para a clínica de tratamento onde o rapaz esteve internado.


Folha de São Paulo.

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