quinta-feira, 24 de julho de 2008

Após morte de inocentes, polícia do Rio usará armas não-letais

Depois do recente envolvimento de policiais na morte de inocentes no Rio de Janeiro, a Secretaria de Segurança Pública do Estado anunciou nesta quarta-feira que armas não-letais passarão a ser usadas no policiamento para tentar reduzir as fatalidades.

Os policiais militares que fazem patrulhas nas ruas começarão a utilizar armas com balas de borracha, bombas de efeito moral e gás de pimenta, entre outros instrumentos não-letais, durante suas atividades.

O equipamento, entretanto, não será utilizado nas operações em favelas controladas por facções criminosas ligadas ao tráfico de drogas, informou o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame.

"Nosso pensamento é sempre proteger o cidadão e combater a minoria criminosa. As armas não-letais valorizam o uso escalonado da força policial", disse a repórteres o secretário, que acompanhou o início do novo treinamento dos policias, nesta quarta-feira.

"É lógico que os policiais precisam de armas letais, mas estas são a última alternativa. Em casos específicos como distúrbios em manifestações, o armamento não-letal auxilia decisivamente na solução sem efeitos fatais", acrescentou.

Inicialmente, 25 policiais que atuam no patrulhamento ostensivo serão treinados para o uso do armamento não-letal, e a estimativa é que a atividade seja ampliada a 225 policiais da região metropolitana do Rio.

O Estado recebeu da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) mais de 600 mil reais em armas desse tipo, como legado dos Jogos Pan-Americanos de 2007. O Ministério da Justiça, através do Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci), ainda vai destinar outros 55 milhões de reais ao Rio em equipamentos.

Este mês, a Polícia Militar do Rio esteve diretamente envolvida na morte de pelo menos dois inocentes.

Na Tijuca, zona norte da cidade, policiais confundiram um veículo de passeio com um carro usado por bandidos em fuga e acabaram baleando um menino de 3 anos que morreu horas depois no hospital.

Na semana passada, um administrador de 36 anos que estava sequestrado em seu próprio carro morreu vítima de disparos feitos por policias que trocaram tiros com o sequestrador, no bairros de São Cristóvão, também na zona norte.


Gazeta do Povo.

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