sexta-feira, 11 de julho de 2008

Após acordo, greve dos Correios pode ser suspensa nesta sexta

Partes aceitam proposta de ministro do TST para pôr fim à paralisação que já dura 11 dias em todo País.

Os funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), em greve desde o dia 1º de julho, podem suspender a greve no decorrer desta sexta-feira, 11, no que depender da direção da ECT e da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresa de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect).



Na última quinta-feira, as duas partes aceitaram a proposta do ministro Rider Nogueira de Brito, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), para pôr fim à greve da categoria. O ministro se reuniu, em horários diferentes, com o presidente da ECT, Carlos Henrique Custódio, e com o presidente da Fentect, Manuel Cantoara.



Aos dois, ele entregou o documento no qual detalhou a proposta em sete cláusulas, enfatizando sua disposição para intermediar as negociações, mediante a realização de duas reuniões por semana, até o final de julho, em busca de uma solução negociada para o conflito. Nas primeiras cláusulas, o ministro propõe que a ECT suspenda a aplicação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) de 2008, "exclusivamente em relação aos carteiros que prestam serviços externos, prevalecendo todas as condições anteriores".



Com isso, os carteiros deixariam de receber o valor linear de R$ 260, que foi estabelecido pelo novo plano, e voltariam a receber, em julho e agosto de 2008, os 30% de abono, como acontecia antes. Como contrapartida, o ministro propôs a suspensão da greve a partir desta sexta-feira. Nas cláusulas seguintes, a proposta trata dos compromissos que as duas partes devem assumir para voltar a discutir o plano de cargos, com a intermediação do presidente do TST.



Números



No décimo dia de greve, 35% dos 240 milhões de correspondências postadas desde o inicio da paralisação ainda não haviam sido entregues, correspondendo a 84 milhões. Entre as encomendas, apenas 6% de um total de seis milhões, diz a ECT, não haviam chegado ao destinatário. A adesão ao movimento era de 19%, num total de 108 mil empregados, e de 30% considerando-se os 53 mil carteiros.



Segundo o sindicato da categoria, a paralisação atinge 24 Estados do País mais o Distrito Federal. Permanecem suspensos os serviços de entrega com hora marcada, como Sedex 10, Sedex Hoje e Disque Coleta.



De acordo ainda com os Correios, das suas 7.037 unidades no País inteiro, em 390 (5,5%) os funcionários não cumpriram a determinação do Tribunal Superior do Trabalho (TST) de manter no mínimo 50% dos funcionários trabalhando. A assessoria da ECT informou que a maior parte dessas 390 unidades não é de agências abertas ao público, mas centros de distribuição de correspondências e encomendas.


Estadão.

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