quinta-feira, 5 de junho de 2008

STF decide sobre extradição de israelense acusado de torturar crianças




O STF (Supremo Tribunal Federal) avalia o pedido de extradição do israelense Elior Noam Hen, preso em São Paulo na terça-feira (3). A decisão será do ministro Ayres Britto, relator do pedido feito pelo governo de Israel. Cabe a Britto também determinar se Hen permanece em São Paulo ou se vai para Brasília.

As acusações que pesam sobre Hen, que se autoproclama rabino, são de tortura contra ao menos oito crianças. Seu objetivo seria "expulsar o demônio de seus corpos" e doutriná-los.

Hen era considerado o mais importante fugitivo de Israel e era procurado desde 2006 pelas autoridades locais. Antes de chegar ao Brasil com sua mulher e seus quatro filhos, em 27 de março, ele já havia passado pelo Canadá e pela Espanha.

Mistura

A principal dificuldade da PF foi o fato de Hen se misturar com as pessoas do bairro do Bom Retiro (região central de São Paulo), antigo reduto da comunidade judaica na cidade. "Ele simplesmente se misturou a pessoas da mesma nacionalidade, religião e que falam a mesma língua dele", disse o delegado Jorge Pontes, chefe da Interpol no Brasil.

A primeira investida contra ele foi no final de abril. Na ocasião, foram apreendidos apenas os passaportes do suspeito e de sua mulher. Hen consegui fugir e ela voltou para Israel.

Segundo a PF, ele foi preso ontem quando mudava de um esconderijo para outro no Bom Retiro.

Tortura

"Ele promovia torturas físicas e mentais terríveis, com a conivência dos pais [das crianças que eram vítimas], os quais perpetravam as mesmas torturas", disse Pontes. Houve casos de coma e queimaduras gravíssimas.

O delegado considerou a prisão satisfatória, pois na maioria dos casos, elas demoram mais de um ano. "Em uma investigação desse tipo, é normal que a prisão demora mais de um ano, na verdade, é uma caçada humana. Você busca os rastros da pessoa."


Estadão.

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