segunda-feira, 23 de junho de 2008

PSDB oficializa candidatura de Alckmin à Prefeitura de São Paulo

O PSDB oficializou neste domingo, durante convenção do partido em São Paulo, a candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin à prefeitura da capital paulista.

Ontem, após o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), encaminhar nota aos vereadores tucanos, o grupo pró-Kassab decidiu retirar a chapa inscrita na convenção com o propósito de apoiar a reeleição de Gilberto Kassab (DEM).

Hoje, durante a convenção, de um total de 1.344 militantes do partido, 1.164 participaram da votação sobre a candidatura do PSDB. Alckmin recebeu 1.037 dos votos, ou seja, 89,9%, enquanto 94 militantes votaram a favor de o partido não lançar candidatura própria. Houve ainda 20 votos nulos e 13 em branco.

Alckmin afirmou que é natural um partido forte como o PSDB ter posições divergentes, mas destacou que as "divergências acabaram". "É muito natural que, num partido forte como o PSDB, haja posições divergentes. Mas o tempo da divergência acabou. Eles [os vereadores kassabistas do PSDB] todos contarão comigo. Vou trabalhar por eles e a nossa bancada vai crescer."

O tucano destacou ainda que a decisão da bancada kassabista de retirar a chapa não teve interferência de cima. "A decisão da minha candidatura veio da base." Ele afirmou também que a participação do governador José Serra (PSDB) em sua campanha será decisiva. "Eu sempre apoiei o Serra, não tenho nenhuma divergência política contra ele. O Serra terá papel decisivo para a campanha."

Alckmin disse que não criticará o atual governo durante a campanha e que apresentará propostas, principalmente, para solucionar o problema do trânsito e do transporte público na cidade. "Eu não vejo o Kassab como adversário político e respeito o DEM pela candidatura própria", disse. Ele voltou a afirmar que, se eleito, cumprirá o mandato de quatro anos.

Convenção

A bancada kassabista do PSDB na Câmara Municipal de São Paulo decidiu não participar da convenção tucana que referendou o nome de Alckmin à prefeitura da capital paulista.

"Estamos chateados pois estamos trabalhando contra nossa tese, mas a decisão não foi por imposição, fomos convencidos a recuar em favor de um bem comum", disse o líder tucano na Câmara dos Vereadores, Gilberto Natalini. "Abdicamos de uma vitória certa", reiterou.

Segundo ele, mais de 500 delegados do PSDB já tinham se comprometido a votar pela chapa democrática. Ele afirmou que o grupo pró-Kassab atendeu ao apelo do presidente nacional do PSDB.

Natalini disse ainda que Serra não participou diretamente da decisão da bancada. O vereador também falou sobre a reação de Kassab à decisão. "Kassab tem conduzido o programa do PSDB no governo de forma irreparável. Ele tomou uma decisão de distância e não houve nenhum constrangimento."

Segundo Natalini e o secretário de Esportes de São Paulo, Walter Feldman, os secretários tucanos da gestão Kassab ficam na prefeitura até o final do mandato. "Vamos continuar a apoiar o governo em São Paulo comandado pelo democrata Kassab. A cidade não pode ser traída por uma debandada tucana", afirmou o vereador.

Feldman, por sua vez, disse que, a partir de agora, os vereadores tucanos apoiarão a decisão do PSDB e que o partido vai unido na disputa para derrubar a adversária do PT, Marta Suplicy. "É uma situação de tristeza e perplexidade. Muitos militantes do PSDB se viram sem uma chapa para votar."

2010

Serra afirmou que 2010 não está em jogo neste momento e disse acreditar numa possível aliança entre DEM e PSDB no segundo turno das eleições municipais em São Paulo.

"Há um mito com relação a 2010. Não é 2010 que está em jogo nestas eleições, é a cidade de São Paulo", disse. "Nós ganhamos com uma aliança vitoriosa em 2004 e que vai ganhar em 2010. Essa aliança não se manteve na cidade de São Paulo, mas ela existe no Estado. Se ela não se traduziu numa candidatura única, ela tem que se traduzir em união no segundo turno", reiterou.

Sobre a decisão do grupo tucano pró-Kassab de retirar a chapa inscrita na convenção, Serra afirmou que "não há uma mesma opinião dentro do partido". "O que há é uma decisão."

O governador afirmou que o partido estará unido para apoiar o candidatura de Alckmin, e que eles vão para o segundo turno contando com o possível apoio do DEM para vencer a adversária do PT, Marta Suplicy. "Encontramos a cidade em um descalabro administrativo", finalizou.


Folha de São Paulo.

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