O Ministério Público do Rio diz que os militares que atuavam no morro da Providência, região central da cidade, entregaram três rapazes da comunidade para traficantes do morro da Mineira --rivais dos criminosos da Providência-- em busca de uma recompensa, que teria sido oferecida por um dos traficantes. A Promotoria ofereceu denúncia e pediu a prisão de quatro criminosos do morro da Mineira.
Nesta quarta-feira a Justiça Federal no Rio decretou a prisão preventiva dos 11 militares acusados de terem entregado os três jovens. A decisão é do juiz Marcelo Granado, da 7ª Vara Federal Criminal.
O promotor Márcio José Nobre de Almeida, da 1ª Central de Inquérito da Capital, ofereceu ontem (24) a denúncia, com pedido de prisão preventiva, contra Anderson Rosa Mendonça, o Coelho; Ademir Marques Moreira, o Delegado; Romildo Miranda Junior, o Canela; e Rogério Rios Mosqueira, o Roupinol.
Segundo a promotoria, os quatro são responsáveis pela morte de Maurício de Oliveira de Azevedo, no início do ano, no morro da Mineira. A vítima foi executada por vingança, já que pertencia a uma facção criminosa rival. O morro da Mineira é controlado por traficantes ligados à facção criminosa ADA (Amigos dos Amigos), rivais dos criminosos que atuam no morro da Providência, ligados ao CV (Comando Vermelho).
Investigações da Polícia Civil, analisadas pela Promotoria, indicam que os militares que entregaram os moradores do morro da Providência aos traficantes do morro da Mineira, que os mataram, agiram motivados pela recompensa de R$ 20 mil, oferecida por Roupinol.
O Exército ocupava o morro da Providência desde dezembro de 2007, quando iniciaram as obras do projeto Cimento Social, a qual os militares eram responsáveis pela segurança. A morte dos rapazes criou uma crise entre as tropas e a comunidade. Ontem o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) decidiu embargar as obras e com isso o governo decidiu retirar as tropas da comunidade.
Folha de São Paulo.
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