quarta-feira, 11 de junho de 2008

Procurador-geral de Roraima, acusado de pedofilia, é exonerado do cargo

O governador de Roraima, José de Anchieta Júnior, exonerou nesta terça-feira o procurador-geral do estado, Luciano Alves Queiroz, preso na última sexta na Operação Arcanjo, da Polícia Federal, que desarticulou um esquema de tráfico de drogas e prostituição infantil envolvendo autoridades e empresários do estado. Queiroz foi afastado do cargo no dia da prisão.

O Ministério Público de Roraima aponta Queiroz como um dos principais envolvidos na rede de pedofilia. Na casa dele foram encontradas diversas fotografias de crianças. A polícia tem também imagens do procurador -geral pegando meninas em casa e levando para o motel, além de gravações de conversas telefônicas.

Além do procurador-geral, sete pessoas foram presas na operação, entre elas o major da polícia militar Raimundo Ferreira Gomes, o funcionário do Tribunal de Regional Eleitoral (TRE-RR) Hebron Silva Vilhena, e o casal Givanildo dos Santos Castro e Lidiane do Nascimento Foo, mãe de uma das crianças abusadas. A PF prendeu ainda José Queiroz da Silva, o Carola, Valdivino Queiroz da Silva e o empresário Jackson Ferreira do Nascimento.

- A mãe de uma das crianças abusadas, a Lidiane, levava a menina para o motel junto com outras coleguinhas sem o conhecimento das outras mães - disse o superintendente da PF de Roraima, José Maria Fonseca.

Segundo Fonseca, Givanildo e Lidiane integravam o esquema de tráfico de drogas e forneciam cocaína para as menores utilizarem antes, durante e depois dos programas sexuais. As meninas são de famílias humildes da periferia de Boa Vista:

- As investigações levam a crer que essas meninas tornaram-se dependentes químicas.

A rede de exploração sexual de crianças e adolescente entre 6 e 18 anos idade foi descoberta a partir de uma investigação de tráfico de drogas depois de uma denúncia do Conselho Tutelar. A investigação estava sendo realizada há seis meses em conjunto com o Ministério Público. Um dos empresários foi preso em flagrante, em casa, com uma menina de 10 anos.

Os envolvidos no esquema estão sendo acusados de formação de quadrilha, prostituição infantil, estupro presumido, exploração infantil, corrupção de menores e atentado violento ao pudor. Dois deles também são acusados de tráfico de entorpecentes.

O procurador-geral de Roraima foi quem deu entrada, em abril, na ação cautelar, com pedido de liminar, para suspender a Operação Upatakon 3, destinada a retirar os não-índios da Terra Indígena Raposa Serra do Sol.


O Globo.

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