quarta-feira, 4 de junho de 2008

Polícia investiga se miliciano que torturou equipe de jornal trabalha para deputado

A Polícia Civil está investigando uma informação de que a equipe do jornal "O Dia" torturada por milicianos na Favela do Batan, em Realengo, no último dia 14, foi abordada pouco antes do seqüestro por um homem que se apresentou como assessor do deputado estadual Coronel Jairo (PSC), como mostra reportagem do jornal "O Globo" desta quarta-feira. Segundo o delegado Cláudio Ferraz, da Delegacia de Repressão às Ações do Crime Organizado e Inquéritos Especiais (Draco-IE), o suposto assessor, que se identificou como Betão, participou da sessão de tortura após conversar com a repórter na favela.

Nas eleições para deputado em 2006, o Coronel Jairo teve 1.698 votos na 178 Zona Eleitoral, que abrange o Batan. Nesta terça, o jornalista Ancelmo Gois publicou em sua coluna no GLOBO que autoridades do Rio identificaram dois políticos cariocas - um vereador e um deputado - com ligações com a milícia da Favela do Batan.

Cláudio Ferraz informou ainda que, durante a sessão de tortura, a voz de Betão foi reconhecida pela equipe de "O Dia". Todos os bandidos estavam encapuzados. O suposto assessor teria dito: "E eu dei em cima dela". Segundo o delegado, Betão teria tentado se aproximar da repórter na favela, demonstrando um certo interesse por ela. Ferraz informou que está tentando localizar esse homem para que ele seja submetido a reconhecimento.

Deputado nega ter assessor ligado à tortura

O deputado estadual Coronel Jairo (PSC), que é vice-presidente da Alerj, negou veementemente a informação de que um assessor dele tenha participado do seqüestro e da tortura de uma equipe de "O Dia" na Favela do Batan, em Realengo. O parlamentar disse ainda que não tem qualquer assessor chamado Betão, apelido divulgado pela polícia. O deputado, que é coronel reformado da PM, afirmou que é contra a atuação das milícias e que jamais entrou no Batan:

- Eu tenho medo de ir lá. No Batan é perigoso pra chuchu. Nunca entrei e passo até longe.


O Globo.

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