terça-feira, 10 de junho de 2008

Polícia investiga novo tipo de seqüestro

Golpe Quadrilha já atraiu vítimas em todo o País com anúncios de carros pela metade do preço.


Uma nova forma de seqüestro se transformou em uma das principais preocupações da Divisão Anti-Seqüestro (DAS) de São Paulo. A polícia está atrás de uma quadrilha que já fez dezenas de vítimas em todo o País. O bando anuncia em jornais de circulação nacional ou regional carros importados ou máquinas agrícolas com até 50% de desconto. Quando questionados pelos interessados, dizem que o preço se deve ao fato de terem isenção de impostos. Exigem pagamento à vista. O preço do negócio se transformará no valor do resgate da vítima, dominada no encontro para fechar o negócio. A quadrilha é muito violenta: já assassinou dois policiais, e uma de suas vítimas está desaparecida há dois meses, mesmo depois de a família ter pago o resgate.

'Eles atuam em todo o Brasil e fizeram vítimas em Goiás, São Paulo, Rio, Paraná e Santa Catarina', afirmou a delegada Juliana Pereira Godoy Rodrigues, da Divisão Anti-Seqüestro de São Paulo. Uma de suas vítimas, o empresário Manuel Martins de Oliveira, de Goiânia, foi atraído a São Paulo por um anúncio de uma picape Dodge Ram. O carro com cabine dupla, que vale R$ 140 mil no mercado, estava sendo oferecido pelo preço do modelo da picape com cabine simples - cerca de R$ 100 mil.

Segundo a delegada, os bandidos recebem os telefonemas dos interessados e passam a selecionar a vítima. Pedem garantias de que ela terá como fazer o negócio e dizem que a compra deve ser à vista - em dinheiro ou cheque. Ao mesmo tempo, o bando explica ao comprador a razão do preço baixo. O vendedor diz, por exemplo, ser diretor de porto, como o de Santos (SP) ou o de Paranaguá (PR), ou afirma trabalhar na Receita, daí o fato de ser isento de impostos na aquisição do veículo importado ou de ter a primazia na venda de mercadorias apreendidas pelo Fisco.

O bando então marca um encontro com a vítima. Caso ela não tenha trazido o dinheiro ou o cheque, os bandidos telefonam à família e exigem o pagamento. 'Ao pedir garantias às vítimas, os seqüestradores sabem que ela tem dinheiro e exigem como resgate pelo menos o valor do veículo', disse a delegada, responsável por apurar o seqüestro de Martins de Oliveira.

Para receber o resgate, o bando exige que a família da vítima deposite o dinheiro em várias contas correntes da Bahia, Minas, Paraná e São Paulo. A polícia sabe que as contas estão em nome de laranjas . Elas movimentam até R$ 600 mil por dia e são usadas, normalmente, para lavagem de dinheiro.

Há suspeita de que no bando haja criminosos ligados à facção Primeiro Comando da Capital (PCC) e foragidos da Justiça. Só em São Paulo, o grupo teria feito 5 vítimas, além de ter matado dois policiais e tentado seqüestrar um homem que desconfiou e desistiu do negócio.

COMO SE PROTEGER

PREÇO
Desconfie de ofertas de produtos que são anunciados com os valores muito abaixo dos que são cobrados pelo mercado

DINHEIRO
Acerte antes com os vendedores que o pagamento seja feito após o recebimento do produto comprado e que seja realizado via depósito bancário. Nunca aceite que o pagamento seja feito em dinheiro vivo

RECIBO
Exija que seja fornecido recibo de todo e qualquer produto negociado

INFORMAÇÕES
Peça que os interlocutores dêem nomes completos e
forneçam um telefone fixo, o que pode facilitar a checagem com auxílio à lista telefônica

REFERÊNCIAS
Solicite os contatos de outros clientes que já fecharam algum tipo de negócios anteriores, para confirmar a idoneidade do vendedor

DESLOCAMENTO
Evite buscar pessoalmente o produto. De preferência, escolha
o local de entrega - um lugar que seja considerado seguro


Jornal da Tarde.

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