sexta-feira, 20 de junho de 2008

Peão é indiciado por suspeita de arrastar soldado por 15 km em MS

A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul indiciou sob suspeita de homicídio doloso (com intenção ou assumir risco de matar) o peão Fagner Gonçalves, 25, que atropelou e arrastou até a morte, por 15 km, o cabo do Exército Leonardo Sales da Silva, 19.

O crime ocorreu na madrugada do último dia 7, na saída de uma festa de rodeio em Campo Grande.

Segundo o delegado Rogério Faria, Gonçalves assumiu o risco de "causar danos" ao dirigir sem habilitação e após ter ingerido bebida alcoólica. "[Gonçalves] tinha conhecimento do risco que a condução daquele veículo poderia resultar [...] admitindo desde ali produzir um resultado que por ele foi previsto e que poderia ser evitado", diz trecho do relatório do inquérito.

O peão dirigia uma camionete F-4000. Ao tentar uma manobra arriscada, avançou em direção a um grupo de pessoas. Testemunhas disseram que Silva foi atingido pela parte da frente da camionete --e não pela carroceria, como se acreditava-- e ficou preso entre a roda e o eixo do carro.

Durante a fuga, concluiu a polícia, o motorista foi avisado sobre o homem que estava preso à camionete. Mesmo assim, só parou quase seis quilômetros depois.

Ao se apresentar à polícia, Gonçalves reconheceu o crime, mas disse que fora uma "fatalidade".

O advogado do suspeito, Luiz Carlos Rodrigues, disse ontem que a conclusão da polícia não muda o argumento da defesa. "O que aconteceu merece punição, mas foi um homicídio culposo, sem intenção. Ele [Gonçalves] não sabia que a vítima estava sendo arrastada. Não houve dolo."


Folha de São Paulo.

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