quarta-feira, 25 de junho de 2008

Oitenta milhões de brasileiros têm dívidas

Mais de 15 milhões de pessoas devem mais de R$ 5 mil, segundo dados do BC

Quase metade da população brasileira está endividada. De acordo com o Banco Central, 80 milhões de pessoas têm alguma dívida. São R$ 400 milhões em dívidas só com os bancos. Em muitos casos, tem gente que deve mais de R$ 5 mil.

O brasileiro está parcelando tudo: da televisão à conta do supermercado. É a tentação do crédito fácil que anda estourando o orçamento. Outro perigo é a inflação. Com alimentos mais caros e serviços, as dívidas estão pesando ainda mais.

Com juros e inflação em alta, economistas já temem um aumento da inadimplência. Para muitos, o crédito tão fácil pode virar uma armadilha.

"Hoje você consegue comprar em qualquer estabelecimento com prazos de 36 meses. Até mesmo para artigos como eletrônicos e eletrodomésticos até em 48 meses", aponta Antônio Augusto de Moraes, presidente do Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista-DF).

Contas estouradas

E é muito comum ter mais de uma: a prestação do carro e da casa própria, o cartão de crédito ou o cheque especial. E não é só: 15,5 milhões de brasileiros devem mais de R$ 5 mil.

É o caso de Maria de Fátima Lima. Atraída pela facilidade de crédito, a aposentada gastou mais do que pode pagar. Os dois cartões de crédito estão estourados. As contas do celular, da loja de roupas, do banco, o IPTU e a prestação do carro, que foi batido, tudo está atrasado. A dívida passa de R$ 30 mil.

"Como isso aconteceu? Pegando emprestado de um para cobrir o outro, e aí foi virando assim uma bola grande de neve. Eu não estou conseguindo pagar todo mundo", disse a aposentada.

Só com os bancos, a dívida das pessoas físicas já soma R$ 442 bilhões. O economista Roberto Piscitelli diz que é um efeito negativo do aumento do crédito e que agora, com juros e inflação em alta, os endividados terão mais dificuldade na hora de pagar.

"Isso pode levar as pessoas a renovarem essas dívidas em condições bem menos favoráveis e, portanto, a comprometerem parcelas crescentes do seu orçamento num período em que os índices inflacionários estão mais elevados do que um ano atrás, por exemplo. Então, isso pode eventualmente levar a dificuldades crescentes e a provocar um aumento considerável da inadimplência", explica Piscitelli.


Fonte: G1/Globo.com

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