quarta-feira, 11 de junho de 2008

Madrasta de Isabella diz que foi forçada a fazer reconstituição

Anna Carolina Jatobá, madrasta de Isabella Nardoni, 5 anos, afirmou à Justiça que foi obrigada pela polícia a voltar ao apartamento do casal, no dia seguinte à morte de Isabella, e fazer a reconstituição do crime sozinha. A informação faz parte do depoimento de 111 páginas que ela deu ao juiz Maurício Fossen, ao qual o 'Jornal da Globo' teve acesso. Alexandre Nardoni afirmou ter visto marca de solado no lençol da cama de onde a filha foi jogada pela janela, mas diz que a marca era de de coturno, de borracha larga. O Instituto de Criminalística identificou o solado compatível ao do chinelo que Alexandre usava no dia do crime.

Nesta terça-feira, por unanimidade, o Tribunal de Justiça manteve a prisão do casal . Em seu voto, o desembargador Caio Canguçu de Almeida afirmou que há fortes indícios de que os Nardoni teriam convencido o pedreiro Gabriel Santos Neto a mentir sobre um arrombamento na obra ao lado , o poderia dar veracidade à versão de que alguém teria invadido o Edifício London.

Ao ser levada ao apartamento, Anna Carolina disse ter sido puxada pelo braço por um investigador chamado Jair. Ele teria sido "estúpido e ignorante", segundo Anna Carolina, que afirmou ter sido colocada dentro de um carro Siena vermelho da polícia e levada até o local do crime.

A madrasta teria dito: "vocês vão me levar ao apartamento, eu não queria entrar. Os policiais responderam: 'Você vai entrar'". Segundo a polícia, no dia seguinte ao crime Anna Carolina foi convidada a ir ao apartamento na condição de vítima, o que é legal e regular.

Ao juiz, Anna Carolina disse que um dos policiais que fez buscas no prédio chegou a dizer que havia ali uma pessoa armada e mandou esvaziar o prédio. Porém, ela diz que não se lembra do rosto dele, pois estava passando mal.

Alexandre disse ao juiz que, ao descerem do apartamento, policiais falaram que a porta estava arrombada. Mas depois ele mesmo constatou que não estava. O pai de Isabella afirmou ter sido chamado de "assassino" pela delegada Renata Pontes e de "psicopata frio" pelo delegado Calixto Calil Filho, responsáveis pelas investigações. Calil Filho negou.

Na semana que vem, dias 17 e 18, serão ouvidas testemunhas de acusação. O casal pode acompanhar os depoimentos, mas a testemunha pode se recusar a falar diante deles e pedir que sejam retirados da sala. As testemunhas de defesa deverão ser ouvidas em julho e o juiz Maurício Fossen pediu explicações aos advogados do casal sobre a inclusão do nome do legista George Sanguinetti e da perita Delma Gama, contratados para buscar possíveis erros nos laudos.


O Globo.

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