A Justiça de Amambai (382 km de Campo Grande) determinou a transferência das indígenas de 14 e 15 anos que, segundo a Polícia Civil, confessaram ter matado a golpes de facão a índia Lívia Martins, 12. O crime ocorreu na madrugada do último domingo, logo após um baile na aldeia Limão Verde, dos índios guarani e caiuá.
As adolescentes, que estavam apreendidas desde domingo em uma cela reservada na delegacia do município, seguiram ainda ontem para a Unei (Unidade de Internação Educacional) de Dourados, onde ficarão internadas provisoriamente até a próxima audiência, que deverá ocorrer nas próximas duas semanas.
Em depoimento ao juiz da Vara da Infância e da Juventude Thiago Tanaka, as garotas repetiram o relato dado à Polícia Civil. Afirmaram que atacaram a vítima sob o efeito de álcool e motivadas por um desentendimento ocorrido no baile. O corpo de Lívia foi encontrado com ferimentos no pescoço, fratura no crânio e a mão direita quase decepada.
"Pareciam arrependidas", comentou José Jorge Farias, conselheiro tutelar do município, que acompanhou a audiência --que também teve a presença de advogados da Funai (Fundação Nacional do Índio) e do CDDH (Centro de Direitos Humanos Marçal de Souza).
Farias disse que o conselho tutelar acompanha com "preocupação" a situação de risco a que estão submetidas as crianças e os adolescentes indígenas da região. "O pior de tudo é que as drogas estão presentes na maioria dos casos."
Criança
Ontem, pouco depois do meio-dia, na aldeia Limão Verde, o corpo de uma criança, já em avançado estado de decomposição, foi localizado por mulheres da etnia nas proximidades de um riacho que passa nos fundos da área.
A Polícia Civil de Amambai disse que o corpo ainda estava sob análise da perícia e que não havia outras informações.
Folha de São Paulo.
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