domingo, 22 de junho de 2008

Falta de perspectivas

A falta de perspectivas de crescimento está abalando a moral dos jovens profissionais, que saem das universidades sem saber qual caminho seguir. A maioria se preparou para ingressar no mercado, mas não conseguiu uma colocação à altura de suas expectativas. Então, os jovens deixaram de se esforçar, de “matar um leão por dia”, como faziam os seus pais. Eles conseguiram a formação acadêmica e esqueceram de desenvolver habilidades como a força de vontade e a perseverança. Deixaram de procurar em si as razões para o sucesso ou fracasso e, ao invés disso, encontram culpados externos como a opção do curso, a conjuntura econômica, a má vontade do empresariado, entre outros. A verdade é que sempre haverá espaço para os bons profissionais e que o início de tudo é sempre difícil, mas, quando planejado e suado, bons frutos são colhidos ao final da trajetória.

É preciso lembrar que um novo desafio é sempre difícil, pois precisamos aprender a lidar com situações com as quais não nos deparamos antes e, sobretudo, precisamos encontrar soluções para elas. Por isso, é sempre árduo o início de uma nova atividade, rotina, ou carreira.

Os louros não vêm de um dia para o outro e as cobranças são muitas. Mas não é impossível iniciar e ter sucesso em algo a que nos dedicamos. Assim, espero, com este artigo, incentivar muitos jovens que, hoje, se encontram desmotivados para iniciar suas profissões e ingressar no mercado de trabalho.

Laís formou-se em Relações Públicas recentemente e ainda questiona se a escolha da profissão foi acertada para ela. A jovem acredita que não conseguirá uma boa colocação, pois percebe que, à sua volta, todos os colegas ou estão desempregados ou atuando em áreas diferentes, quando não se encontram em funções pouco valorizadas. Assim, ela se pergunta se, caso tivesse optado por outra carreira, seria melhor sucedida.

Laís concluiu sua graduação com boas notas e desempenho positivo. Participou de cursos na área de relações públicas, fez diversos estágios e desenvolveu excelentes trabalhos. Mesmo assim, nunca foi efetivada pelas empresas por onde passou e jamais sentiu que teria oportunidade para crescer em nenhuma delas.

Pensou, algumas vezes, em abandonar o curso, para que tivesse mais oportunidades em outras áreas. No entanto, sempre gostou das atividades envolvidas na profissão e é, até hoje, apaixonada por pessoas e pela comunicação. Então, manteve-se confiante até o dia da formatura, quando percebeu que estava formada e não possuía emprego.

Agora, com o diploma sob o braço, fica mais difícil encontrar uma colocação, pois a maioria das organizações têm preferência por contratar estagiários e, só depois de inseri-los na cultura da empresa, contratá-los.

Assim, Laís tem consciência de que terá dificuldades para ser colocada e perdeu sua motivação. Deixou de enviar currículos após ter sido descartada de duas seleções para trainee e não fez outras tentativas.

Agora, repensa sua carreira e sua trajetória. Faz cálculos para saber se ainda estará atraente para o mercado se concluir outra faculdade. Mas desiste do tema quando percebe que precisa trabalhar, começar a ganhar dinheiro.

Então, desanima novamente e não sabe a quem recorrer, pois seus ex-colegas de classe estão em situação semelhante: desmotivados e desvalorizados pelo mercado.

Laís pergunta muito aos seus pais como eles conseguiram construir suas carreiras e amealhar bens, criar uma família e prosperar. Eles lhe explicam que, na sua época, era diferente e que agora a situação do país é outra, a concorrência é maior, etc. Mas ela não se conforma com essa explicação, pois sempre se preparou para o mercado, seja investindo em cursos de aprimoramento, em idiomas, em bons relacionamentos. Mas isso tudo não lhe bastou para ingressar em uma empresa e iniciar uma carreira promissora.

O que deu errado ela não sabe responder e ainda se pergunta se a profissão seria fator determinante para a sua situação de inércia.

No momento, ela continua desempregada e, para não passar o dia à toa, ajuda a mãe nas funções domésticas e lê muito sobre a sua área. Laís tem esperança em conseguir algo, mas não move montanhas para isso.

Resgatando a cidadania

As Faculdades Integradas Espírita em parceria com a Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania (Seju), há dois anos, realizam atividades profissionalizantes e educativas para detentos de penitenciárias paranaenses. O intuito do projeto é resgatar a cidadania desses reeducandos e facilitar sua readaptação à sociedade. Mais de 300 detentos já foram beneficiados e cerca de 40 famílias receberam atendimento social. A proposta surgiu com a intenção de que os acadêmicos pudessem contribuir com a comunidade, transformando o conhecimento teórico em prática.

O projeto é desenvolvido na Casa de Custódia de Curitiba, localizada na Cidade Industrial, na Colônia Penal Agrícola (CPA) e na Penitenciária Feminina do Paraná, ambas localizadas em Piraquara. Nas dependências dessas unidades penais são realizadas, por professores e estagiários, aulas semanais de Educação em Valores Humanos, artesanato, capoeira, educação ambiental e Yogaterapia.


Gazeta do Povo.

Nenhum comentário:

Pesquisar este blog