quinta-feira, 26 de junho de 2008

Eleitores têm mãos decepadas e dedos quebrados para não irem às urnas no Zimbábue

Em meio ao agravamento da crise política do Zimbábue, relatos de mutilações começaram a se somar na quarta-feira ao número crescente de assassinatos e torturas no país. Aliados do presidente Robert Mugabe - que está no poder há 28 anos e tenta mais uma reeleição - estariam cortando as mãos e quebrando os dedos de partidários da oposição para impedi-los de votar no segundo turno das eleições presidenciais, marcado para sexta-feira, como mostra matéria publicada pelo jornal O Globo..

- A violência é maior no interior, as pessoas têm as mãos cortadas e os dedos quebrados - relata um jornalista que preferiu não divulgar o nome, em referência a uma prática que remete à Serra Leoa, país que em 2002 pôs fim a dez anos de uma guerra civil que marcou o mundo pelas imagens de seus mutilados.

O líder da oposição, Morgan Tsvangirai, que retirou sua candidatura no domingo para evitar mais derramamento de sangue e se refugiou na embaixada da Holanda, disse que pelo 86 de seus seguidores foram mortos, 10 mil estão feridos e cerca de 200 mil pessoas foram desalojadas de suas casas. No entanto, médicos e outras fontes da oposição estimam que o número de mortos já possa ser quase seis vezes maior e chegar a 500. Médicos estariam tão ocupados em dar conta dos feridos que não estão conseguindo atualizar seus relatórios. O Conselho de Segurança da ONU disse que uma grande quantidade de pessoas já morreu.

Na quarta-feira Tsvangirai deixou temporariamente a embaixada da Holanda para dar uma entrevista, em que defendeu a negociação de solução política liderada por países africanos.


O Globo.

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