quinta-feira, 19 de junho de 2008

Do total de 1.234 jovens, mais da metade está em idade escolar defasada

A "Pesquisa Nacional de Juventude", realizada pelo Instituto Universitário de Opinião Pública (IUDOP), entrevistou 1.234 jovens salvadorenhos, entre 15 e 24 anos, e analisou o alcance da educação no país e a percepção que esses jovens têm da qualidade do ensino.

Entre os jovens entrevistados, mais de 98% recebeu alguma educação formal. Desses, 21,7% cursou a educação primaria; 36,8%, estudos de plano básico; 30,4% estudos de bacharelado e 9,8% tinha estudos superiores. No momento da entrevista, 41,6% dos jovens estava estudando. A porcentagem de mulheres, no entanto, era menor que a de homens: 38,1% e 45,1%, respectivamente.

Apesar da alta taxa de freqüência escolar, mais da metade dos jovens está em idade escolar defasada. Segundo o Ministério de Educação, aos 15 anos os jovens deveriam cursar a nona série, mas 43,8% dessa faixa etária cursam séries inferiores e só 39,8% está na idade correta. A porcentagem de jovens que está estudando diminui de forma constante quando aumenta a idade.

Quanto mais alto é o nível de educação, menor é a porcentagem de jovens participando. Na educação média não está matriculada nem metade, 49, 6%, dos jovens e apenas 17.1% dos entrevistados estão no nível universitário. Só 4% dos jovens optaram pelo nível técnico.

Além disso, quanto "mais alto for o grau de educação dos jovens, mais alta é a possibilidade de que esse jovem utilize algum serviço de educação privada", disse a pesquisa. Enquanto mais de 84% dos jovens estudaram, no ensino básico, na educação pública, na educação média esse número cai para 65,3%. Na educação superior são apenas 38,5% nas universidades públicas e 9,1% nas escolas de nível técnico.

As oportunidades de educação são desiguais para os moradores do campo e das cidades salvadorenhas. No ensino básico, não há grande diferença, mas a partir da educação média, ela já se faz notória. Um jovem do campo tem 2,8 vezes menos chances de estudar que um da cidade. Já nos níveis superior e técnico, as possibilidades de estudar são, respectivamente, 4,7 e 3,8 vezes menores.

Os jovens entrevistados consideram a educação básica e técnica do país "excelente"; enquanto a média e a superior teve conceito "muito bom". Para os organizadores da pesquisa, essa avaliação positiva "não reflete as limitações ou dificuldades que outros estudos mostram sobre a qualidade educativa do país, há que entender que para os jovens, só o fato de estudar já representa uma importante oportunidade".

Assim, a avaliação tem um critério mais subjetivo. Entre os jovens entrevistados que estudam, 73,2% diz que a educação é "muito boa" e "excelente", mas para os que não estudam essa porcentagem é de 61,3%. A pesquisa encontra duas explicações para isso: a sensação de frustração por não poder continuar estudando; ou a criticidade conseguida apenas com o distanciamento do sistema escolar. Em geral, os salvadorenhos deixam a escola aos 16 anos.

De acordo com a pesquisa, as mulheres deixam a escola mais cedo que os homens e por razões distintas. Mais de 23% dos homens deixa de estudar para trabalhar, já entre as mulheres essa é a razão apenas para 6,3%. Elas deixam a escola, 21,7% dos casos, para ter filhos, casar, cuidar da casa. Já entre os homens, eles só deixam a escola por razões familiares em 4.3% dos casos.

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