O menino de 3 anos que foi esfaqueado pelo pai na última sexta-feira em São José dos Campos, a 97 quilômetros de São Paulo, deixou na manhã deste domingo a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Municipal Vila Industrial. Segundo uma funcionária do hospital, a criança foi operada e passa bem. O menino sofreu dois cortes profundos. Um deles atingiu o pulmão.
O pai do garoto, o técnico em eletrônica Eduardo Marques Martini, de 27 anos, foi preso em flagrante, acusado de agredir e ameaçar jogar o filho do quarto andar do prédio onde mora , em um bairro de classe média. Martini trancou a mulher em um dos quartos da casa e cortou a rede de proteção da janela da sala para arremessar a criança.
A polícia diz que Martini tem histórico de agressão na família. Segundo um investigador do 3º Distrito Policial da cidade, o pai do rapaz contou que ele é bastante violento e pediu para que ele fosse algemado durante a transferência de presídio neste sábado. Martini foi levado para uma penitenciária em Jacareí no final de semana, mas deve ser transferido para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de São José nesta segunda-feira. A polícia quer saber se ele tinha algum envolvimento com drogas.
Quando a polícia e os bombeiros chegaram, o rapaz pegou uma faca de cozinha e feriu o menino no peito. Um dos vizinhos, em uma atitude repentina, pulou de uma área comum do prédio para a sala e entrou em luta corporal com Martini. Nesse momento, a polícia invadiu o local e conseguiu prender o homem. Os bombeiros chegaram a cobrir o térreo com colchões e cobertores para tentar amortecer uma possível queda da criança.
Martini deve responder por tentativa de homicídio e cárcere privado e deve ir à júri popular. O vizinho que ajudou a socorrer o menino deve voltar ainda neste semana ao DP para prestar novo depoimento.
Na última terça-feira, dia 17, a polícia pediu a prisão da mãe e do padrasto do menino Pedro Henrique Marques Rodrigues, de 5 anos, que morreu no dia 13 . Kátia Marques e Juliano Gunelo são suspeitos de maus-tratos. Em depoimento na Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Ribeirão Preto, eles sustentaram a versão de que a morte do menino pode ter sido provocada pelo consumo de produto tóxico, o que já foi descartado pela perícia. O corpo do garoto foi exumado no final de semana passado.
Na capital, Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella Nardoni, que foi arremessada da janela do sexto andar do apartamento do pai, Alexandre, confirmou à Justiça na quarta-feira, quando prestou depoimento no Fórum de Santana, que a própria família Nardoni se mostrava temerosa em relação ao comportamento de Anna Carolina Jatobá, madrasta da menina . Em depoimento ao juiz Maurício Fossen, Ana Carolina contou que a tia da menina, Cristiane, por várias vezes, dormiu no apartamento do casal com a criança. Havia receio das crises de ciúmes de Anna Carolina Jatobá. A menina foi morta em 29 de março.
O Globo.
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