quarta-feira, 11 de junho de 2008

Conselho de Direitos Humanos acredita em homofobia por parte do Exército

Caso será investigado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
Sargento que assumiu ter relacionamento gay está preso acusado de deserção.


Representantes do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana de São Paulo (Condepe) acreditam que o Exército pode estar acusando o sargento Laci Marinho de Araújo de deserção pra encobrir homofobia. A denúncia foi encaminhada à Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) da Presidência da República, que prometeu abrir investigação.

O ministro da SEDH, Paulo de Tarso Vannuchi, garante que as Forças Armadas estão engajadas em várias operações de defesa dos direitos humanos. E diz, também, que há uma resposta oficial do Exército de que não houve a violência alegada pelo companheiro de Laci, o também sargento Fernando Alcântara de Figueiredo. “Então, há uma contradição que tem de ser trabalhada pelos mecanismos técnicos e jurídicos”, argumenta Vannuchi.

Fernando se diz vítima de perseguição. Ele e Laci são o primeiro casal gay assumido na história do Exército. O caso foi divulgado pela revista “Época”, na semana passada. Nesta terça-feira (10), Fernando afirmou que o companheiro está sendo torturado na prisão.

“Colocaram um saco plástico na cabeça dele, aplicando técnicas de sufocamento. Bateram nele bastante, usando tecidos para evitar os hematomas. Nos momentos em que ele sai para tomar banho de sol ou receber alguma visita, ele tem de tirar toda a roupa na frente de várias pessoas”, relata Fernando, sobre Laci, que está preso.


Outro lado

Em nota, o Comando do Exército voltou a afirmar que o sargento Laci foi preso porque responde a processo de deserção, e que a homossexualidade não tem relação com a prisão.

O Comando do Exército nega ainda as acusações de tortura, e diz que os procedimentos adotados são os previstos na lei. Sobre o sargento Fernando, a nota diz que ele também terá de responder pela ausência ao trabalho.

Defensores dos direitos humanos bateram, nesta sexta, à porta da Justiça, em São Paulo. Eles querem a libertação de Laci, preso há cinco dias, acusado de deserção. Documentos tentam provar que Laci não abandonou o Exército.


G1.

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