segunda-feira, 23 de junho de 2008

Com frota de 6 milhões de veículos, SP tem 15 bafômetros

Segundo a polícia, número é suficiente para a capital paulista.
Motorista que andou na contramão foi liberado pela falta do equipamento.

O motorista de 21 anos que dirigiu na contramão pela Rodovia dos Imigrantes no sábado (21) não realizou o teste de dosagem alcoólica para confirmar a ingestão de bebidas. Apesar de parecer bêbado, segundo a polícia, o teste não foi realizado porque nem o carro da polícia que atendeu a ocorrência nem a delegacia para onde o homem foi levado tinham um bafômetro. A situação é parecida em toda a capital paulista: são apenas 15 equipamentos do tipo, para fiscalizar os motoristas de mais de seis milhões de veículos.

Com a falta do bafômetro, o motorista teve o sangue colhido e em seguida foi liberado. Mesmo tendo batido duas vezes na praça de pedágio e não tendo habilitação, seguindo a polícia, ele foi liberado após os exames. "Fica muito difícil. A não ser que a gente possa comprovar por meio do bafômetro, ele não pode ser preso. Não dá para ser preso agora", explicou o delegado Mário Aidar.

A nova lei estabelece que os motoristas estão proibidos de dirigir com qualquer nível de álcool no sangue. A infração é gravíssima, com sete pontos na carteira e multa de R$ 955. Além disso, o veículo é apreendido e a carteira de motorista fica suspensa por um ano. O motorista só sairá da cadeia sob fiança. Em caso de acidente, envolvendo mortes, o condutor vai responder por crime doloso, quando há intenção de matar. A pena, que era de dois a quatro anos, agora passa para seis a vinte anos de prisão.

No primeiro fim de semana da nova legislação, a Polícia Militar de São Paulo prendeu quatro pessoas que dirigiam embriagadas. Apesar do número pequeno de bafômetros para fiscalizar toda a capital, a polícia afirma que o número é suficiente.

“Nós trabalhamos através de dados coletados, através de conhecimentos estratégicos e colocamos normalmente essas operações, aliadas aos aparelhos, em pontos em que nós temos grande concentração de pessoas que se utilizam de álcool”, explica Sérgio Marques, instrutor de trânsito da PM.

Nas rodovias federais paulistas, não houve nenhuma operação especial para fiscalizar os motoristas alcoolizados. “Não houve comandos específicos, até mesmo porque a legislação é muito recente. Mas em toda fiscalização da Polícia Rodoviária Federal é abordado o veículo como todo, o motorista tem a sua documentação consultada, assim como a documentação do veículo e o policial atesta também o grau de lucidez do motorista", conta o inspetor Edson Varanda.

A médica Maria Amélia da Silva foi parada em uma operação de rotina e não tinha nenhum teor alcoólico. Habilitada há 30 anos, ela diz que esta foi a primeira vez que passou pelo teste. "Eu acho importante. eu acho que tem que ser feito sim, para evitar realmente que as pessoas dirijam alcoolizadas e que prejudiquem as outras pessoas que não estão alcoolizadas", conta.


G1.

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