sexta-feira, 20 de junho de 2008

Colombiana é primeira mulher a receber transplante de mãos

A colombiana Alba Lucía Cardona, a primeira mulher que recebeu um transplante de antrebraços e mãos no mundo, disse hoje que se sente "realizada" com elas porque ter uma vida independente, tem uma sensibilidade "muito boa" em seus dedos e as considera suas "filhas".

Alba Lucía de 47 anos, que foi operada no Hospital da Fé de Valencia, em dezembro de 2006, recebeu alta do processo cirúrgico e de reabilitação dezenove meses depois da internação e comentou à imprensa sua evolução e resultado.

Ao longo deste tempo, Alba Lucía está sendo acompanhada pelo cirurgião Pedro Cavadas e assegurou que a reabilitação foi "muito dura", mas tem sua "recompensa".

- Levei a reabilitação com muita paciência e força, foi assim também com a medicação, que preciso tomar com uma periodicidade única da qual dependo para que as minhas mãos não caiam - explicou.

A colombiana, que perdeu suas mãos e antebraços em um acidente com pólvora há três décadas, mora Espanha há mais de dez anos.

- Não há nada especial que tenha me alegrado mais e produzido tanta satisfação - disse Alba Lucía ao se referir ao implante.

A paciente já nota entre 90 a 95% da sensibilidade dos dedos e pode costurar um botão e até manejar uma tesoura, algo que segundo o cirurgião, "nenhuma prótese é capaz de fazer".

- Minha família sempre me pergunta como vão "as meninas", porque na verdade para mim são como minhas meninas, são minhas filhas, são tanto filhas minhas como filhas da Fundação Cavadas - disse Alba Lucía.
Recuperação depois do transplante

Após a recuperação, Alba Lucía planeja procurar emprego. - Me sinto capacitada para qualquer coisa, sinto que não tenho limites, disse.

Pedro Cavadas disse que a recuperação de Alba "vai muito bem" a pesar de ser um "caso complicado" porque ela havia sido amputada há 29 anos.

- O resultado dos transplantes de mão vai melhorando cada vez mais - disse Cavada, que explicou que no caso de Alba, a dose de medicação de corticóides foi reduzida "muito abaixo de qualquer transplante".

- Retirar a medicação é impossível, mas podemos reduzir até um mínimo que permita ter as mãos sem crises de rejeição - disse o especialista.

A equipe médica da Fundação Cavadas realiza cerca de 1.400 cirurgias por ano, com técnicas de micro cirurgia que beneficiam pacientes considerados inoperáveis ou que tenham ficado com seqüelas de difícil reparação.


O Globo.

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