quarta-feira, 11 de junho de 2008

Centro de Detenção Provisória, Maringá/PR, recebe os primeiros presos transferidos

O recém-inaugurado Centro de Detenção Provisória (CDP) recebeu 15 detentos oriundos do minipresídio da 9ª SDP. Visitas íntimas, rádio e televisão estão proibidos aos presos.


Frango, batata palha, arroz, feijão, abobrinha refogada e salada. Esse foi o cardápio servido aos 15 primeiros detentos que deram entrada, na tarde desta terça-feira, no Centro de Detenção Provisória (CDP), de Maringá.

A alimentação - produzida por uma empresa de Paiçandu e servida em marmitex - não incluia sobremesa ou suco.

Marcada por muita expectativa, a transferência teve início por volta das 15h30 e envolveu detentos considerados de péssimo comportamento carcerário.

Antes de deixar o minipresídio da 9ª Subdvisão Policial (SDP), os presos tiveram de entregar todos os pertences pessoais na carceragem, seguindo para o CDP apenas com a roupa do corpo.

Na chegada ao Centro de Detenção, os presos foram recepcionados por cerca de 30 agentes penitenciários e orientados sobre as normas de comportamento e conduta.

Posteriormente, foram despidos, tiveram os cabelos cortados e submetidos a um banho especial para eliminação de parasitas.

Após passar por uma rigorosa revista, cada detento recebeu uma caneca plástica, uma colher plástica, dois cobertores, dois lençóis, uma fronha, uma calça cinza, uma camiseta branca, um agasalho, uma bermuda azul e um par de chinelos tipo havaiana, além de um kit higiene composto por uma pedra de sabão, um sabonete, um tubo de pasta dental, um aparelho de barbear, uma escova de dentes (cabo reduzido) e um rolo de papel higiênico.

Os materiais serão repostos a cada semana ou quinzena.

Diferente do minipresídio, as celas do CDP foram projetadas sem tomadas e com o sistema de iluminação embutido na laje de concreto, de forma a impedir a instalação de “gatos”.

Televisores ou rádio - mesmo de pilhas - estão proibidos, bem como visitas intimas. Por questão de segurança, as visitas se limitarão aos pátios de sol.

O juiz de Direito da Vara de Execuções Penais (VEP), Alexandre Kozechen, de Maringá, confirmou ter recebido uma carta - assinada por um grupo de detentos da 9ª SDP - reivindicando o direito a visita intima no CDP.

Apesar de reconhecer o direito, Kozechen explicou que deixou a decisão à cargo da Secretaria da Justiça e da Cidadania.

Construído para abrigar apenas presos que aguardam julgamento, o CDP destinará uma ala exclusiva - de 288 leitos - para condenados.

As 672 vagas restantes serão ocupadas por presos provisórios de Maringá, Sarandi e outras seis cadeias da região que, juntas, abrigavam nesta terça-feira mais de 800 detentos.

A falta de vagas obrigará a Polícia Civil de Sarandi a manter a guarda provisória de pelo menos 100 detentos, uma situação complicada em função dos problemas estruturais que a cadeia apresenta.


O Diário do Norte do Paraná.

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