terça-feira, 24 de junho de 2008

Brasil tira nota baixa em outra avaliação

Exame da Unesco revela resultado pífio, especialmente em matemática.

metade dos alunos da 3ª série do ensino fundamental do Brasil não demonstra o conhecimento esperado em leitura e matemática. Na 6ª série, há avanços em leitura e a metade dos estudantes está dentro da meta. Em matemática, a situação continua ruim. Os dados, que confirmam os resultados ainda muito baixos do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), são de uma pesquisa do Laboratório Latino-Americano de Avaliação da Qualidade da Educação, ligado à Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), feita em 16 países da América Latina.

O estudo mostra que, com algumas raras exceções, o Brasil partilha da mesma sina de má qualidade educacional dos demais países latino-americanos. O único que realmente foge à regra em todos os níveis estudados é Cuba, em que a maioria dos estudantes, em ambas as séries e em todas as disciplinas, aparece no nível mais alto de aprendizagem. Alguns, como Chile e Costa Rica, México e Uruguai, têm situações melhores do que a brasileira, mas ainda têm muitos alunos nos níveis mais baixos de aprendizagem.

?SUB-1? EM MATEMÁTICA

O estudo foi feito com provas em turmas de 3ª e 6ª série do ensino básico em leitura, matemática e ciências - o Brasil, no entanto, não participou do exame de ciências. Incluiu 100.752 estudantes de 3ª série e 95.288 de 6ª série de 16 países. Para serem considerados aptos para a série que estão, os alunos teriam que ter alcançado os níveis 3 e 4 de uma escala que começa em "sub-1".

A única série em que pelo menos a metade dos estudantes chega aos níveis 3 e 4 é a 6ª, mas apenas em leitura. Nesse caso, a nota brasileira supera a média da região, mas o mesmo acontece com Cuba, Costa Rica, Chile, Colômbia México e Uruguai.

Nas outras séries, o Brasil fica na média da região e metade dos estudantes brasileiros fica apenas nos níveis 1 e 2 de aprendizagem. Mais do que isso, em matemática na 3ª série, mais de 10% ficam no nível sub-1 - ou seja, não conseguem identificar informações básicas em textos simples.

De um modo geral, República Dominicana, Nicarágua e Panamá tiveram os piores resultados. Do outro lado, além de Cuba, com os melhores resultados, aparecem normalmente Chile e Costa Rica.

DESIGUALDADE

O estudo mostrou, ainda, a influência que o Produto Interno Bruto (PIB) e a desigualdade social têm nos resultados educacionais. Quanto maior o PIB, melhores os resultados. Quanto maior a desigualdade, piores os resultados. Apesar de ter a maior riqueza da América Latina, os resultados brasileiros apenas razoáveis na comparação com os vizinhos podem ser explicados pelo fato de o Brasil ser o país mais desigual das Américas e um dos mais desiguais do mundo.


Estadão.

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