quarta-feira, 18 de junho de 2008

Avô mata neto para escapar de agressões

Para escapar das agressões do neto, que buscava dinheiro para a compra de drogas, Luiz Comparim, 76 anos, tomou uma atitude extrema.

O avô matou com três tiros o chapeador Cleiton Comparim das Neves, 27 anos. O crime ocorreu por volta das 18h30min de segunda-feira, na casa do idoso, no bairro Maria Goretti, também conhecido como Beco do Sapo, em Bento Gonçalves.

Preso em flagrante por homicídio, Luiz contou à Polícia Civil que o rapaz invadiu sua casa e exigiu recursos. Ao receber a negativa, segundo o idoso, Cleiton passou a agredi-lo. Os tiros teriam sido a alternativa que ele encontrou para se proteger, conforme o depoimento.

Após matar o neto, o homem não resistiu à prisão e foi levado para o Presídio Estadual de Bento Gonçalves. Na manhã de ontem, Luiz teve sua liberdade provisória concedida pela juíza Fernanda Ghiringhelli de Azevedo. A magistrada levou em consideração o fato de que o idoso não tinha antecedentes criminais e não oferecia perigo a testemunhas. O rapaz foi enterrado ontem, no Cemitério Municipal de Bento. A família preferiu não se manifestar sobre o caso.

Cleiton tinha passagens pela polícia por furto simples desde os 15 anos. A partir de 2000, quando completou 18 anos, respondeu a 11 inquéritos, todos por furto, e acabou preso oito vezes. Atualmente, cumpria, em prisão domiciliar, pena de um ano e sete meses.

- É difícil manter esse tipo de infrator preso preventivamente esperando julgamento. O presídio está lotado e a pena (para o furto) é pequena, vai de um a quatro anos. Depois de condenado, há penas alternativas. Fica difícil manter uma pessoa presa que, mesmo depois de julgada, será solta - explicou o delegado Leônidas Augusto Reis.

Diante do caso, o delegado lembrou a necessidade da construção de um centro de recuperação de dependentes químicos em Bento. Segundo Leônidas, é grande o aumento do uso de crack na cidade.

- Estamos com um sério problema com o aumento de usuários de drogas. Para se ter uma idéia, sofremos com o problema há cinco anos - relata o delegado.

Um projeto prevê a construção de um centro de recuperação na localidade de Linhal Pasqual Cortes, no Vale do Rio das Antas.


Zero Hora.

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